- Nesta terça-feira, os mercados no exterior avançaram, reagindo positivamente à afirmação do presidente norte-americano, Donald Trump, de que o acordo comercial entre as duas maiores potências mundiais segue “intacto”, após ruídos sobre o assunto
- Indicadores econômicos divulgados na Europa e nos EUA, que vieram acima do esperado, também contribuíram para a alta das bolsas internacionais
- No Brasil, além do exterior positivo, sinais de retomada da agenda de reformas internas também contribuíram para o otimismo no mercado local, e assim o Ibovespa fechou em alta
- Em termos de agenda econômica, hoje foi divulgada a ata do Copom que foi considerada em boa medida cautelosa, porém, ao mesmo tempo ainda deixou a porta aberta para um corte "residual" da Selic em meio à percepção de expectativas de inflação ainda baixas
Nesta terça-feira, os mercados no exterior avançaram, reagindo positivamente à afirmação do presidente norte-americano, Donald Trump, de que o acordo comercial entre as duas maiores potências mundiais segue “intacto”, após ruídos sobre o assunto.
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Na Europa, a divulgação de índices de gerentes de compras (PMI) da região acima do esperado também contribuíram para a alta das bolsas. Nos EUA, apesar do PMI americano ficar abaixo das estimativas, outros indicadores, como os dados do setor imobiliário e da atividade regional, ficaram acima do esperado, e os mercados acionários fecharam em alta.
No Brasil, além do exterior positivo, sinais de retomada da agenda de reformas internas também contribuíram para o otimismo no mercado local. Ao término do pregão, o Ibovespa tinha alta de 0,67% aos 95.975 pontos com giro financeiro de R$ 26,2 bilhões. O dólar, por sua vez, recuou 2,26% cotado aos R$ 5,15.
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Em termos de agenda econômica, hoje foi divulgada a ata do Copom que foi considerada em boa medida cautelosa, porém, ao mesmo tempo, o BC ainda deixou a porta aberta para um corte “residual” da Selic em meio à percepção de expectativas de inflação ainda baixas.
Economia
A ata do Copom de hoje lança mais luz sobre a visão atual do comitê sobre os impactos da pandemia da covid-19 na inflação e na atividade econômica brasileiras. Segundo o comunicado, a visão do Banco Central do Brasil é de que a atividade econômica atingiu seu ponto mais baixo em abril, mostrando recuperação parcial já em maio e em junho.
Com relação à capacidade ociosa, os membros do Copom reafirmaram sua opinião de que os impactos da pandemia são deflacionários e associados a um forte aumento no nível da capacidade ociosa, apesar de uma redução significativa na demanda agregada devido a maiores economias por precaução (poupança). Além disso, em relação a uma potencial recuperação futura, a visão do comitê sugere que os programas de estímulo a crédito e renda podem levar a uma recuperação econômica mais rápida do que o esperado em seu cenário base.
Os membros do Copom mais uma vez debateram a existência potencial de um limite inferior efetivo para a taxa de juros brasileira. Alguns membros observaram que esse limite precisaria ser mais alto para as economias emergentes do que nas desenvolvidas, com o prêmio no Brasil tendendo a ser ainda mais alto, dada a fragilidade e incerteza fiscal do país em relação ao caminho da política fiscal após a pandemia. Dada a importância relativa do custo dos componentes de crédito, o comitê também observou que um prêmio de liquidez parece prevalecer no momento.
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Nossa visão: após outro corte de 0,75 p.p. na semana passada, a mensagem do Copom hoje não trouxe notícias significativas da própria decisão em 17 de junho. Certamente, a mensagem de hoje reafirmou que o comitê está confortável com o atual grau de estímulo monetário e limitou sua próxima etapa, afirmando que o conselho “prevê que qualquer possível ajuste ao estímulo monetário seja residual”.
Em suma, como as medidas de bloqueio estão sendo facilitadas em todo o país e se não houver aumentos no número de novos casos da covid-19 devido a esse alívio, acreditamos que a atividade econômica deve entrar em um caminho de recuperação gradual a partir de agora. Nesse cenário, mantemos nossa previsão para final de 2020 para a Selic em 2,25%.