A agenda econômica desta quarta-feira (3º) apresenta indicadores dos Estados Unidos, sendo o relatório ADP de empregos no setor privado (considerado a prévia do payroll), duas leituras de índices de gerentes de compras (PMI) de serviços e as encomendas à indústria americana na véspera do feriado de 4 de julho, que fechará os mercados no país. Os dados saem antes da publicação da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de junho.
Leia também
No cenário doméstico, destaque para os dados industriais – com expectativas de queda de 1,6% em maio, após recuo de 0,5% em abril, segundo projeções do Broadcast -, lançamento do Plano Safra 2024/2025, em meio à espera pela reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão) para discutir o que fazer em relação à alta do dólar e o quadro econômico e fiscal.
Ainda no exterior, acontece o encerramento do fórum do Banco Central Europeu (BCE) com o discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, em Sintra, Portugal. Também são esperados os pedidos semanais de auxílio-desemprego americanos.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A agenda local traz ainda o evento “The Responsible Finance Forum (RFF)”, organizado pelo “Center for Financial Inclusion (CFI)”, com a diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central (BC), Carolina de Assis Barros, em Fortaleza. Há também o Fórum de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Setor Elétrico (FMASE) com a presença do secretário de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral
Por fim, os grupos de trabalho que tratam da regulamentação da reforma tributária devem entregar os relatórios dos textos ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nesta quarta-feira. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado recebe o relatório da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da autonomia do Banco Central. O plenário do Senado tem sessão na tarde desta quarta-feira e deve deliberar sobre destaques apresentados ao projeto que institui o marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono no país.
Confira os 4 assuntos mais importantes do dia
Bolsas internacionais
As bolsas europeias sobem, assim como o euro e a libra, após dados de PMIs de serviços e antes das eleições parlamentares no Reino Unido, na quinta-feira (4), e do segundo turno na França, no próximo domingo (7).
Os PMIs de serviços e composto da zona do euro caíram ao menor nível em três meses, mas em ambos os casos ficaram acima das previsões dos analistas e ainda na zona de expansão, embora em ritmo mais comedidos. Também os PMIs do Reino Unido desaceleraram menos do que as previsões, enquanto a queda do PMI de serviços na Alemanha frustrou as previsões.
Em Nova York, os índices futuros ampliam ganhos, após o Nasdaq e o S&P 500 renovarem recordes de fechamento. Ações da Tesla (TSLA34) voltam a se destacar, com ganhos de 3,65%, além dos papéis da Paramount Global (C1BS34), que saltavam 9,70% no pré-mercado.
Publicidade
Os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) operam próximos da estabilidade, enquanto o dólar recua frente outras divisas principais, reagindo à avaliação positiva do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre sinais recentes da inflação, mas ainda ressaltando que não há a confiança necessária para cortar as taxas nos EUA.
O dirigente também destacou que os riscos agora estão mais equilibrados, o que sugere maior atenção ao mercado de trabalho. Os comentários ajudaram a ampliar a aposta de que o Fed abrirá o ciclo de afrouxamento monetário em setembro, conforme aponta a plataforma de monitoramento do CME Group.
Na Ásia, as bolsas chinesas fecharam em desvaloriação, na contramão das altas na região, reagindo à queda do PMI de serviços maior que a esperada e ao menor nível em oito meses.
Minério de ferro e petróleo
A alta de 2,55% do minério de ferro em Dalian, na China, e o ambiente mais positivo em Nova York podem trazer algum alívio ao Ibovespa. O petróleo, por sua vez, opera sem direção única nesta manhã.
Mercado brasileiro
O mercado de câmbio segue no foco, após rumores de que o Banco Central consultou as mesas de operação para sondar os agentes sobre a demanda para uma eventual intervenção no mercado, conforme apurou o Broadcast.
Com essa possibilidade, o dólar desacelerou na terça-feira (2º) após escalar a R$ 5,70, e fechou a R$ 5,6648, com avanço de 0,20%, na terceira alta consecutiva e levantando os ganhos do ano a 16,72%. O real é a moeda mais desvalorizada em relação à americana em 2024.
Publicidade
Os investidores ainda repercutem notícias corporativas, como a intenção da Equatorial Energia (EQTL3) de vender ativos para investir em saneamento a partir da Sabesp (SBSP3), pela qual irá pagar pelo menos R$ 6,9 bilhões para ficar com 15% da estatal paulista.
Reunião de Lula sobre o dólar
A reunião entre o presidente Lula e os ministros da equipe econômica fica no foco para debater o cenário fiscal e econômico e decidir o que fazer em relação à depreciação recente do real, classificada como “um ataque especulativo” pelo presidente. Ele e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, começaram o dia reunidos.
Do lado fiscal, é aguardada uma definição do governo sobre corte de gastos, gerando a dúvida sobre o tamanho necessário para que as metas sejam atingidas. Especulações no mercado apontam para possível bloqueio de recursos em torno de R$ 10 bilhões na terceira reavaliação de receitas e despesas do Orçamento de 2024, que será divulgada no próximo dia 22.
Com a disparada do dólar, a possibilidade de um novo aumento da taxa Selic já nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) vem sendo precificada pela curva de juros, que pode ter alívio diante de um desempenho mais lateral dos rendimentos dos Treasuries e queda do dólar frente moedas rivais.
*Com informações do Broadcast