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Como o Pix pode movimentar o mercado imobiliário

Setor de galpões deve pegar carona em um possível crescimento do e-commerce a partir do novo serviço do BC

Como o Pix pode movimentar o mercado imobiliário
Galpão Logístico. Foto: JF Diorio /AE
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  • Segundo especialistas, demanda por terrenos disponíveis deve crescer, para novos galpões de tecnologia de entrega rápida
  • No 1º semestre, a quantidade de galpões alugados em todo o Estado de SP foi equivalente a 76% do que se viu em 2019

O Pix estreou na última segunda-feira (16), com o registro de mais de 1 milhão de transações, que somaram mais de R$ 777 milhões no dia, conforme balanço parcial do Banco Central (BC). As expectativas eram grandes pelo início da operação, uma vez que o serviço deve provocar grandes mudanças no mercado de pagamentos e transferências. Mas há quem veja oportunidades em outros setores, como o imobiliário.

O setor de galpões, por exemplo, pegaria carona em um possível crescimento do e-commerce a partir do Pix. É que o novo sistema de pagamento instantâneo do BC, com funcionamento 24 horas por dia, sete dias por semana, deverá incluir consumidores que hoje estão fora do comércio eletrônico. Além disso, tende a acelerar compras que atualmente são feitas por  boletos, que levam dias para serem compensados.

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A partir do avanço do e-commerce, o setor de galpões logísticos para armazenagem de produtos veria também um aumento de demanda. “Vai precisar cada vez mais de novos terrenos disponíveis, com galpões de tecnologia de entrega rápida”, projeta Renato Monteiro, CEO da Sort Investimentos, empresa que atua no mercado imobiliário com foco no investidor.

Com o e-commerce avançando o equivalente a anos durante alguns meses durante a pandemia, houve de fato um aumento na procura por galpões nos grandes centros em 2020.

Em São Paulo, por exemplo, a quantidade de galpões alugados em todo o Estado no primeiro semestre foi equivalente a 76% do que se viu em todo o ano de 2019, segundo dados da consultoria NewMark Knight Frank. Ao todo, foram 394 mil metros quadrados de locação nos primeiros seis meses do ano, já descontadas as áreas devolvidas.

Dados da SiiLA Brasil, plataforma de dados e análises do mercado imobiliário comercial brasileiro, mostram que, no Rio de Janeiro, a taxa de ocupação foi de 76,34% no segundo trimestre de 2020, o mais afetado pela pandemia, contra 71,97% no mesmo período de 2019, considerando os empreendimentos de padrões A+, A e B.

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A alta ocupação é puxada pelo crescimento nas vendas do comércio eletrônico. Segundo relatório Ebit|Nielsen, desenvolvido em parceria com a Elo, o faturamento do e-commerce avançou 47% no primeiro semestre do ano, a maior alta em 20 anos. Já as vendas subiram 47%, atingindo a marca de R$ 38,8 bilhões na primeira metade de 2020.

Como os galpões logísticos também integram as carteiras de muitos fundos imobiliários negociados na Bolsa, o investidor pode ficar atento a esse movimento. Em maio, a gestora de recursos imobiliários Alianza anunciou que busca investidores para um plano de aporte de R$ 500 milhões em galpões logísticos na região metropolitana de São Paulo.

“É muito improvável que o aumento da demanda logística não acompanhe o e-commerce, porque este não tem como crescer se não conseguir distribuir”, afirma Monteiro.

Outra mudança que o Pix vai provocar, na visão do CEO da Sort, é a inibição de compras não finalizadas, que hoje são feitas com a utilização de boletos bancários. Monteiro observa que, após uma compra ser realizada por boleto, o produto fica registrado no sistema da loja como vendido. Isso causa um risco do produto ficar “parado” no estoque, caso o consumidor desista da compra e não faça o pagamento.

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