A Vale (VALE3) deve apresentar um lucro líquido de US$ 1,74 bilhão no primeiro trimestre de 2024, uma queda de 5,27% em relação ao mesmo período de 2023. O número é uma estimativa feita pelo Prévias Broadcast, cálculo realizado com base no relatório de seis casas de análise (Genial, XP, Itaú BBA, BofA, BTG e Citi). O balanço será divulgado nesta quarta-feira (24) após o fechamento do mercado.
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Para os analistas, a queda aconteceria por causa da redução do preço médio do minério de ferro praticado pela Vale. Segundo o relatório de produção e vendas da companhia, o minério de ferro foi comercializado a US$ 100,7 por tonelada, uma queda de 7,3% na comparação com os US$ 108,6 registrados no primeiro trimestre de 2023.
“Projetamos lucro líquido com queda de 20% na comparação anual, em razão de uma dinâmica de preços mais fraca em finos e um aumento no ritmo de provisão para o acidente de Mariana”, afirmam Igor Guedes, Lucas Bonventi e Rafael Chamadoira, que assinam o relatório da Genial.
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Os analistas do Itaú BBA apontam que os dados de produção e venda da empresa vieram acima do esperado. A companhia registrou alta de 15% no volume de vendas combinadas, que chegou a 63,8 milhões de toneladas. O número ficou 2% acima das estimativas do BBA, o que causou uma nova projeção de Ebitda “Estamos elevando nossas estimativas de Ebitda de US$ 3,2 bilhões para US$ 3,6 bilhões após a empresa mostrar um volume de vendas melhor que o esperado”, afirmam Daniel Sasson e sua equipe, que assinam o relatório do BBA.
A estimativa de Ebitda, mesmo que maior, ainda apresenta uma queda de 2,4% na base anual, visto que no primeiro trimestre de 2023, a Vale reportou um Ebitda de US$ 3,687 bilhões.
Já o Citi elevou sua estimativa de Ebitda para o primeiro trimestre de 2024 de US$ 3,5 bilhões para US$ 3,9 bilhões. O banco também ficou surpreso com o relatório de produção da companhia. “Este é o primeiro trimestre de que lembramos, em muitos anos, no qual a Vale bate nosso modelo de maneira geral – é apenas um trimestre, mas ainda um sinal encorajador de que o guidance pode estar conservador”, dizem os analistas. O guidance da Vale aponta para a produção entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas de minério de ferro neste ano.
Ainda assim, o investidor precisa lembrar que a estimativa é de redução na lucratividade da empresa, seja pela métrica do lucro ou pela métrica do Ebitda. Os analistas do Bank of America lembram que ajustes de preços provisórios negativos, embarques mais fracos devido à sazonalidade e custos de caixa mais altos, com fretes mais elevados e menor diluição dos custos fixos, devem impactar negativamente o balanço da Vale no primeiro trimestre.
O que fazer com a ação Vale antes do balanço?
Ainda que os números não sejam atrativos, os analistas do mercado financeiro defendem que a ação da Vale é uma boa oportunidade de compra para o investidor, com exceção do BTG Pactual, que tem recomendação neutra. Para a Genial Investimentos, mesmo que a empresa apresente queda no lucro, a companhia tende a gerar um fluxo de caixa livre, dinheiro que normalmente vira dividendos, em 13%, ante 11,5% no mesmo período do ano passado.
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Com essa estimativa de caixa livre e potencial distribuição de dividendos, os analistas do comentam que a ação da Vale está barata e que é negociada a múltiplos atrativos. “Pela métrica EV/Ebidta a companhia é em 4,1 vezes e está 4,9 vezes abaixo de sua média histórica”, esclarecem Guedes, Bonventi e Chamadoira.
A Genial tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 72, uma potencial alta de 14,6% na comparação com o fechamento de terça-feira (23), quando o papel encerrou o pregão a R$ 62,78. A XP também recomenda compra, em seu site, a corretora estipula um preço-alvo de R$ 82 para o ativo, crescimento de 30,6%.
O Itaú BBA segue com o mesmo otimismo e classifica o papel como outperform, desempenho acima da média do mercado, que é equivalente à compra. A equipe liderada por Daniel Sasson estipula um preço-alvo de US$ 14 para a American Depositary Receipt (ADR) da Vale listada em Nova York. O número apresenta uma potencial alta de 14,6% na comparação com fechamento de terça-feira (23), quando o papel da Vale nos EUA encerrou o pregão a US$ 12,21.
Por outro lado, os analistas do BTG Pactual estimam um ambiente desafiador para a Vale nos próximos meses. “Temos essa estimativa devido aos preços do minério de ferro, que devem ficar abaixo das nossas expectativas devido à deterioração dos mercados imobiliários na China e riscos negativos para estimativas de consenso”, explicam Leonardo Correa e Caio Greiner.
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Por causa desses riscos, os analistas do BTG possuem recomendação neutra para Vale com preço-alvo de US$ 16 para a ADR listada nos EUA. A cifra equivale a uma potencial alta de 31% em relação ao fechamento de terça-feira (23).