O dólar se valorizou frente ao euro e à libra, com as moedas europeias sob pressão após a publicação de indicadores locais. Entre moedas emergentes, o peso argentino se valorizou no mercado oficial e no paralelo, após no domingo o governo local e o Fundo Monetário Internacional (FMI) terem anunciado um “acordo inicial” para renegociar o pacote de ajuda ao país.
Leia também
No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 141,52 ienes, o euro recuava a US$ 1,1063 e a libra tinha baixa a US$ 1,2817. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,27%, a 101,346 pontos.
Na zona do euro, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto recuou de 49,9 em junho a 48,9 em julho, na mínima em oito meses, na leitura preliminar da S&P Global. A Oxford Economics advertia para risco de contração econômica na região no terceiro trimestre, e para a Capital Economics uma recessão seria o cenário mais provável para a zona do euro. No Reino Unido, o PMI composto recuou a 50,7 na prévia de julho, na mínima em seis meses, mas ainda um pouco acima da marca de 50, que separa expansão da contração na pesquisa. Após o dado britânico, a libra bateu mínimas no dia, e o euro também esteve sob pressão após os sinais da economia da região da moeda comum.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Com isso, o dólar ganhou apoio frente a outras moedas principais. Na agenda dos EUA, porém, o PMI composto recuou a 52,0 na preliminar de julho, ante expectativa de 52,9 dos analistas. Há expectativa também por decisões importantes na política monetária global nesta semana, inclusive do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), na quarta-feira, quando há expectativa quase consensual no mercado por uma alta de 25 pontos-base nos juros. Já no noticiário sobre países emergentes, chamou a atenção a possibilidade de mais ajuda na China, após sinalização do comando do país nessa linha.
Entre outras moedas em foco, o peso argentino seguiu sob pressão, após no domingo a Argentina e o FMI anunciarem um “acordo inicial” para renegociar a ajuda ao país. O local Banco Mariva destacava hoje em relatório que, como parte do acordo, o Ministério da Economia anunciou medidas para reforçar as reservas do Banco Central da República Argentina (BCRA) e as receitas fiscais.
Ao falar sobre a América Latina, a Pantheon destacava em relatório os riscos do El Niño, que poderiam levar a mais inflação, dificultando as tarefas de alguns bancos centrais da região de levar os preços à meta. No caso da Argentina, o país enfrenta uma seca que afeta sua importante produção agropecuária, o que é parte do motivo para a renegociação do acordo com o FMI, além dos vários desequilíbrios já existentes em sua economia, em ano eleitoral.
No horário citado, o dólar avançava a 271,1122 pesos argentinos. No mercado paralelo, o dólar blue subia a 550 pesos, segundo o jornal Ámbito Financiero, que também reportava que o BCRA realizava hoje a maior intervenção no câmbio em mais de um mês, com compra de dólares para tentar acalmar o quadro. A imprensa local ainda apontava que o anúncio do novo acordo com o FMI poderia ser sacramentado nesta semana.
Publicidade