O dólar avançou hoje ante o euro e a libra, após dados mistos dos Estados Unidos reforçarem expectativa por pausa no aperto do Federal Reserve (Fed), enquanto a ata do Banco Central Europeu (BCE) sinalizou que a próxima decisão monetária está em aberto diante de preocupações de estagflação no bloco. Porém, a moeda americana recuou contra o iene, em meio a notícias de aumento na taxa de hipoteca e possível elevação de salários mínimos no Japão.
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Por volta das 17h (de Brasília), o euro caía a US$ 1,0850. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,45%, a 103,619 pontos, e avanços 1,73% na variação mensal.
A perspectiva de diferencial entre juros básicos nos Estados Unidos e na Europa parece ter voltado a beneficiar o dólar ante as divisas europeias. Hoje, a divulgação de dados mistos de inflação, emprego, indústria e consumo dos Estados Unidos manteve expectativa de pausa no ciclo de aperto do Fed, reforçada também por comentários do dirigente do BC americano Raphael Bostic (Atlanta) em evento.
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Por outro lado, a ata do BCE revelou preocupações de dirigentes com a deterioração da economia do bloco em um cenário de inflação ainda elevada, especialmente sobre o risco de estagflação, indicando ainda que a decisão de setembro estaria em aberto. Segundo a Eurostat, a inflação ao consumidor da zona do euro voltou a acelerar em agosto, na leitura preliminar, e a taxa de desemprego ficou estável em 6,4% em julho. Neste cenário, “os mercados começam a prever uma maior probabilidade de uma pausa no ciclo de subida das taxas do BCE na próxima reunião do Conselho do BCE em setembro”, aponta a CMC Markets.
Já a libra cedia a US$ 1,2669, no horário citado, depois que o economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Huw Pill, sinalizou que o BC britânico também pode ter atingido sua taxa terminal ao mostrar preferência por manter taxas de juros, alertando sobre os riscos de aperto demasiado da economia.
Em relatório, a Capital Economics nota que ainda há espaço para ampliação do rali do dólar e do iene no segundo semestre deste ano, conforme as recessões econômicas “tomam conta dos Estados Unidos e de outras economias desenvolvidas, deteriorando o sentimento de risco”. “Além disso, acreditamos que as taxas de juro esperadas na maioria dos mercados desenvolvidos irão cair nos próximos meses, alterando os diferenciais de taxas a favor do iene”, acrescenta a consultoria.
Hoje, o iene se valorizou contra dólar, na esteira de notícias sobre aumento nas taxas de hipoteca por cinco dos principais bancos do Japão e comentários do primeiro-ministro, Fumio Kishida, sobre possível aumento no salário mínimo do país. No horário citado, o dólar recuava a 145,49 ienes.
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