O Ibovespa hoje abriu em alta. Próximo das 11h20 (de Brasília), o índice tinha valorização de 0,94%, aos 135.208,19 pontos. O avanço nesta segunda-feira (19) repercute as previsões do boletim Focus e a palestra do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, em Belo Horizonte.
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O discurso de Galípolo ganha destaque no principal índice da B3 diante da crescente percepção de aumento da Selic, sobretudo após o presidente do BC, Roberto Campos Neto, dizer que a instituição está muito incomodada com a desancoragem das expectativas.
Uma elevação do juro básico ganhou força também depois da surpresa com o salto do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de junho, que desencadeou uma série de revisões em alta para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e, em alguns casos, para a própria Selic. Na curva de juros, uma alta em setembro é dada como certa, com dúvida quanto à intensidade.
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No exterior, o diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Christopher Waller, fala na abertura do Workshop de Verão de Dinheiro, Bancos, Pagamentos e Finanças, em Washington. À noite, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) decide taxas de juros de referência de longo prazo (LPRs, em inglês).
Confira os 3 assuntos que vão movimentar o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
Os ativos nos Estados Unidos têm sinais moderados nesta manhã, enquanto investidores esperam mensagens sobre o ritmo de corte dos juros nesta semana passado. Isso poderá vir da ata de sua última reunião de política monetária do Fed, do discurso de seu presidente, Jerome Powell, durante o simpósio de Jackson Hole, e de outros dirigentes do Fed.
No domingo (18), o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que uma queda de juros em setembro ainda “não é uma certeza”.
Nesta manhã, os índices futuros de ações operam no zero a zero. Após recentes dados sólidos dissiparem preocupações sobre riscos de recessão nos EUA, as bolsas de Nova York tiveram na semana passada o melhor desempenho do período no ano.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) também têm leve recuo e o dólar DXY cai. Já a maioria das bolsas europeias sobe.
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O petróleo exibe desvalorização mais intensa, em meio à espera de desdobramentos de conversas sobre um cessar-fogo no Oriente Médio.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que as negociações por um cessar-fogo na guerra em Gaza seguem em andamento e que apesar das dificuldades, disse que um acordo é possível.
Outro foco é a incerteza com a demanda na China, que anuncia sua decisão sobre juros nesta segunda-feira. As bolsas da Ásia fecharam sem direção única.
Boletim Focus
O relatório do BC atualizou as projeções para os principais indicadores da economia: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a taxa de juros básico (Selic).
A mediana para o IPCA de 2024 subiu pela quinta semana consecutiva, de 4,20% para 4,22%, distanciando-se ainda mais do centro da meta, de 3%. Um mês antes, era de 4,05%. A estimativa intermediária para a inflação de 2025 cedeu de 3,97% para 3,91%, a segunda baixa seguida. Um mês antes, ela estava em 3,90%.
As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta, em 3,60% no caso de 2026 e 3,50% em 2027, pela 11ª e 59ª semana consecutiva, respectivamente.
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A mediana do documento para a Selic no fim de 2025 subiu pela segunda semana consecutiva, de 9,75% para 10%, indicando um orçamento total de cortes de apenas 0,5 ponto porcentual no ano que vem. Para 2024, a taxa se manteve em 10,5% pela nona semana consecutiva. O mercado manteve o consenso de que os juros encerrarão 2026 e 2027 em 9%.
Commodities
As commodities operam em direções contrárias. O petróleo apresenta recuo superior a 1,00%, enquanto o minério de ferro fechou em alta de 0,71%. Com isso, os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) sobem perto de 1,40%, nesta manhã, no pré-mercado americano.
Mercado brasileiro
A estabilidade dos índices futuros de ações em Nova York e a variação das commodities podem limitar ou até mesmo impedir o Índice Bovespa de voltar a subir.
Na sexta-feira (16), o índice da Bolsa interrompeu uma série de altas, fechando em baixa de 0,15% (133.953,25 pontos), após nova marca intradia histórica, mas encerrou a semana com ganhos – relembre aqui.
Desta forma, as taxas futuras podem não cair em sintonia com os rendimentos dos Treasuries. O dólar ante o real ainda tende a oscilar em meio ao recuo do petróleo e ao avanço do minério no Ibovespa hoje.
* Com informações do Broadcast
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