O Goldman Sachs reiterou a recomendação de compra para a Petrobras (PETR3; PETR4) ao destacar que segue vendo espaço para dividendos extraordinários em 7 de março, quando a companhia reportará os resultados do quarto trimestre de 2023 e do ano fiscal de 2023. O relatório do banco foi feito após a estatal realizar o evento “Deep Dive” em Nova York nos dias 30 e 31 de janeiro, proporcionando mais detalhes do seu Plano Estratégico de 2024 a 2028.
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No evento, a administração da Petrobras reiterou a política de dividendos aplicada trimestralmente e mencionou que o provento extraordinário deve ser pago apenas uma vez por ano. “Vemos espaço para um anúncio de até US$ 7 bilhões, mas reconhecemos que o valor a ser pago poderá ser menor dependendo de como a administração conservadora estará na gestão de caixa”, afirmam os analistas Bruno Amorim, Joao Frizo e Guilherme Costa Martins, em relatório enviado a clientes.
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A Petrobras também esclareceu que gerencia o risco financeiro a partir de fatores como o preço do petróleo e o nível de produção para determinar quanto dinheiro a empresa precisa reter. Por fim, a administração reiterou que a criação da reserva para dividendos foi uma forma de melhor adequar os pagamentos aos fluxos de caixa, oposição a uma distribuição baseada apenas no rendimento líquido, segundo o Goldman.
Em relação ao segmento de renováveis, a Petrobras destacou que pretende cumprir o orçamento de US$ 11 bilhões anunciado em seu plano estratégico. O valor inclui possíveis fusões e aquisições que devem ser focadas principalmente em energia eólica e solar onshore (em terra), em oposição à energia eólica offshore (no mar), onde o investimento provavelmente será relativamente baixo, dada a fase inicial dos estudos preliminares desses projetos.
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A companhia também observou que terá como alvo participações minoritárias em projetos eólicos e solares, tentando aproveitar a experiência e as capacidades de parceiros fortes nesses segmentos.
Política de preços da Petrobras
Quanto à política de preços de refino e combustíveis, a administração disse que o nível recente de utilização da capacidade (cerca de 93%) é sustentável e deve ser uma boa referência para o futuro. Além disso, a companhia reitera que não vê a paridade de preços de importação como a melhor abordagem em relação ao preço dos combustíveis.
A direção da Petrobras também apresentou os gestores responsáveis por fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) e governança, destacando que criaram diversos procedimentos nos últimos anos e que eles são monitorados por entidades externas, como o Tribunal de Contas da União (TCU). “Mencionaram que o TCU não tem poder de veto, mas poderá eventualmente decidir e aplicar penalidades à empresa e ao gestão caso encontrem evidências de irregularidades em tais processos”, diz o Goldman.
Em relação ao crescimento da produção, a estatal reiterou a meta de manter a produção estável em torno de 2,2 milhões de barris por dia nos próximos anos, o que o Goldman considera muito conservador (a expectativa do banco é de cerca de 2,3 milhões de barris por dia em 2024). A Petrobras também forneceu mais detalhes sobre a revitalização da Bacia de Campos, onde serão instaladas duas novas unidades produtivas e destacaram que veem oportunidade de crescimento no pré-sal na região.
Preço-alvo do Goldman Sachs para Petrobras
O preço-alvo do Goldman Sachs para a ação ordinária da Petrobras é de R$ 45,10, potencial de valorização de 6,9% sobre o fechamento de quarta-feira (31). Para a ação preferencial, o preço-alvo de R$ 41,00 representa um potencial de alta de 1,7%.