- Até quarta-feira (8), os interessados podem comprar os ativos da empresa por meio dos Fundos Mútuos de Privatização (FMP), ligados ao FGTS
- Para fazer a reserva, é preciso autorizar a instituição financeira de preferência do investidor a consultar os saldos do FGTS, procedimento que deve ser feito por meio do aplicativo do FGTS da Caixa Econômica Federal
- A expectativa é que a desestatização reduza as burocracias na companhia, gerando mais eficiência e lucro para os investidores. Por isso, a operação é vista com certo otimismo pelos analistas
Os brasileiros que quiserem aproveitar até 50% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para investir na Eletrobras (ELET3/ELET6) têm até esta quarta-feira (8) para fazer a reserva das ações da companhia.
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Os interessados podem comprar os ativos da empresa por meio dos Fundos Mútuos de Privatização (FMP), ligados ao FGTS, desde que façam um investimento mínimo de R$ 200.
Para fazer a reserva, é preciso autorizar a instituição financeira de preferência do investidor a consultar os saldos do FGTS, procedimento que deve ser feito por meio do aplicativo do FGTS da Caixa Econômica Federal.
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Lá, o trabalhador deve escolher a opção “Autorizar bancos a consultarem seu FGTS” e na sequência “Aplicação nos fundos mútuos de privatização FGTS”, selecionando “FMP Eletrobras”. Depois, é preciso escolher uma das dezenas de administradoras que aparecerem. A instituição financeira escolhida deve ser a mesma em que será feita a reserva.
Para quem for correntista da Caixa Econômica Federal, basta entrar no app e escolher a opção “investimentos”. Depois, clique na seção “Reserva FMP” e selecione a opção “Recursos FGTS”. Ao abrir a tela seguinte, aparecerá todas as contas disponíveis listadas e os valores máximos de investimentos para cada uma delas.
Nesse caso, o trabalhador irá precisar habilitar as contas vinculadas do FGTS pelas quais vai realizar o investimento e definir os valores para a compra das ações. O processo de reserva é concluído após concordar com o Termo de Adesão do FMP.
Outros bancos e corretoras terão sua própria seção para os interessados em reservar as ações. Cada instituição financeira irá cobrar uma taxa de administração em cima do investimento realizado com os recursos do FGTS.
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Leia mais: FGTS na Eletrobras: veja a lista de fundos e as taxas de administração
O procedimento de reserva das ações por meio do Fundo Mútuo de Privatização (FMP) também foi utilizado durante a desestatização de outras empresas, como Petrobras e Vale. O FMP não é diferente dos fundos de investimentos que existem no mercado, em que o investidor precisa pagar uma taxa de administração para ter um gestor por trás dos recursos. No entanto, nele não é cobrado a taxa de performance, pois trata-se de um fundo passivo que fica alocado na empresa que está sendo privatizada.
“O que muda do passado, na privatização da Petrobras e Vale, para cá é que agora há mais concorrentes dos fundos mútuos de privatização e com suas taxas reduzidas. As taxas no passado estavam na casa de 2 a 3%, agora estão na casa de 0,5 ponto percentual”, afirma Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos.
Vale a pena investir?
O período de reserva das ações da Eletrobras foi iniciado na última sexta-feira (3). O sinal verde para esta nova fase da privatização da estatal foi dado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no final de maio, uma etapa que vinha sendo muito esperada pelo mercado.
A expectativa agora é que a desestatização reduza as burocracias na companhia, gerando mais eficiência e lucro para os investidores. Por isso, a operação é vista com certo otimismo pelos analistas. “Isso ocorre até pela menor dependência política, além de menos burocratização”, afirma Rafael Marques, CEO da Philos Invest.
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Do lado do investimento, a opção de utilizar o FGTS para fazer o aporte nas ações da companhia também tem seu lado positivo, visto que no fundo de garantia o saldo do trabalhador costuma render abaixo da taxa de juros e da inflação. “O positivo é que você pega um dinheiro que está rendendo 3% + TR (Taxa Referencial) por ano e dá a ele a possibilidade de ganhar com a valorização de uma ação específica, no caso, a Eletrobras. O contra é que você não consegue sacar e aplicar esse valor ao longo do tempo” , explica Costa.
Quem optar pela compra das ações da Eletrobras terá que permanecer com as posições por um prazo mínimo de 12 meses. Depois, se o acionista quiser vender os papéis, o valor da negociação volta para o saldo do FGTS. Mas, na visão dos especialistas, o ideal é montar as posições visando o longo prazo.
“No caso dos fundos de FMP, espera-se que a privatização traga benefícios para a empresa. Mas, para entrar neste tipo de investimento, é importante o investidor não ter perspectiva de utilizar os recursos no curto prazo, pois quando se pensa em ações o horizonte de investimento é o longo prazo”, diz Rafael Marques.