- Uma possível volta do empresário Abílio Diniz, que comandou a companhia até meados de 2013, gera certo ânimo entre os investidores
- Diniz ficou conhecido como o líder que transformou o “negócio da família” em uma potência do varejo
O grupo francês Casino anunciou nesta segunda-feira (26) que pretende vender suas participações em companhias da América Latina, incluindo a fatia que possui na companhia brasileira Pão de Açúcar (PCAR3). Hoje, a holding estrangeira detém 40,9% da varejista, o que equivale a uma cifra de cerca de R$ 1,8 bilhão. Veja como as ações da empresa encerraram o dia
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Esse desinvestimento faria parte do plano estratégico da holding, que deve ser executado entre 2023 e 2024, para lidar com dívidas.
Os especialistas consultados pelo E-Investidor enxergam a informação como negativa, já que a saída de um controlador deve alimentar o fluxo vendedor em PCAR3 e, por consequência, derrubar o preço dos ativos no curto prazo.
“Além disso, a venda levanta questionamentos sobre a composição acionária da companhia após a transação, uma vez que a empresa não possui nenhum acionista de referência além do controlador”, diz Lucas Rietjens, analista da Guide Investimentos, que não tem recomendação de compra para as ações do Pão de Açúcar.
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Os resultados financeiros da varejista também não vêm agradando o mercado e a saída do controlador só intensifica o sentimento de incerteza em relação à empresa. “O Pão de Açúcar tem números fracos, com problemas de vendas e margens, que não mudam no curto prazo”, afirma Flávio Conde, analista da Levante Ideias de Investimentos.
No 1º trimestre de 2023, o GPA apresentou um prejuízo líquido de R$ 248 milhões, revertendo um lucro de R$ 1,4 bilhão obtido no mesmo período do ano passado.
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, também vê os balanços com preocupação. “Os resultados não estão bons. As vendas crescem, mas em um ritmo abaixo do esperado pelo mercado, o GPA também vendeu alguns ativos que eram bons em seu portfólio, como o grupo Assaí, para focar mais nas lojas do Pão de Açúcar”, diz. “O mercado vai observar atentamente essa troca de controle.”
Por outro lado
Entretanto, a saída do Casino também pode abrir portas para novidades positivas. Uma possível volta do empresário Abílio Diniz, que comandou a companhia até meados de 2013, gera certo ânimo entre os investidores. Diniz ficou conhecido como o líder que transformou o “negócio da família” em uma potência do varejo.
“O mercado em geral gostava da época em que Abílio estava à frente do grupo. A possibilidade de ele voltar ao controle pode ter um desdobramento positivo no futuro, mas o problema é achar um comprador para a fatia do Casino”, afirma Fernandes.
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Já para Conde, da Levante, Diniz está capitalizado o suficiente para adquirir a participação do Casino. “Eu pessoalmente gostaria de vê-lo voltando ao GPA, pois ele sabe fazer o turnaround na companhia que o pai dele fundou”, afirma. No ano, os papéis PCAR3 estão em alta de 3,7%.