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Bradesco (BBDC4) anuncia aumento de 80% no lucro; confira os valores

Ano foi marcado por uma pressão da inadimplência de empréstimos concedidos até meados de 2022

Bradesco (BBDC4) anuncia aumento de 80% no lucro; confira os valores
Bradesco. (Foto: Nilton Fukuda/Estadão)

O Bradesco (BBDC4) encerrou o quarto trimestre de 2023 com lucro líquido recorrente de R$ 2,878 bilhões, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira (7). O resultado é 80,4% maior que o do mesmo intervalo de 2022, quando o banco fez uma provisão à toda a exposição que tinha à Americanas (AMER3), que entrou em recuperação judicial em janeiro do ano passado. Entretanto, o resultado ficou 37,7% abaixo do registrado no terceiro trimestre do ano passado.

Em 2023, o Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 16,297 bilhões, número 21,2% menor que em 2022. O ano foi marcado por uma pressão da inadimplência de empréstimos concedidos até meados de 2022, mais afetados pela alta da inflação e dos juros. Para conter riscos, o banco freou as concessões de crédito em linhas mais arriscadas, o que reduziu o crescimento das receitas.

Estes efeitos se repetiram no quarto trimestre, em que o banco registrou ainda R$ 1,175 bilhão em efeitos não recorrentes. Destes, R$ 570 milhões foram destinados a uma provisão para a reestruturação, em especial na rede de agências. Trata-se de um primeiro passo do plano estratégico que o novo presidente, Marcelo Noronha, vai implementar no banco.

“Agora, o Bradesco começa a executar um novo plano de iniciativas, que não tem paralelo na história do banco”, afirmou Noronha, por meio de nota. Ele disse que o balanço divulgado nesta quarta-feira começa a mostrar melhorias, em especial na aceleração do crédito massificado, que é mais rentável. “Considerando a qualidade das novas safras, vemos espaço para continuar expandindo a originação”, disse o executivo.

Carteira de crédito e inadimplência do Bradesco

No final de 2023, o banco tinha R$ 1,964 trilhão em ativos, crescimento de 7,3% no comparativo anual. O patrimônio líquido foi a R$ 161,182 bilhões, alta de 4,5% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 6,9%, alta de 3 pontos porcentuais em um ano, mas uma queda de 4,4 pontos porcentuais (p.p.) em um trimestre. A carteira de crédito do Bradesco encerrou o trimestre em R$ 877,285 bilhões, baixa de 1,6% em um ano. Foi sustentada pelas operações para pessoas físicas, que subiram 1,2%, enquanto a carteira de pessoas jurídicas caiu 3,6%.

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A inadimplência era de 5,1%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, alta de 0,8 p.p. em um ano. A margem do banco com clientes, que reflete o ganho em operações de crédito, teve baixa de 11,7% em um ano, para R$ 15,432 bilhões Na tesouraria, o resultado do banco foi de R$ 696 milhões, o que reverteu a perda de R$ 803 milhões vista no mesmo intervalo de 2022.

A margem financeira total do Bradesco caiu 3,3% no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 16,128 bilhões. Em um trimestre, houve alta de 1,7%. As receitas do banco com serviços tiveram queda de 2,4% em um ano, para R$ 9,028 bilhões.

Plano estratégico do Bradesco

O balanço é o primeiro divulgado pelo banco sob a gestão de Marcelo Noronha, que assumiu a presidência em novembro do ano passado. Os números virão acompanhados de um novo plano estratégico, que deve ser o foco das atenções de investidores ao longo do dia e que, como mostrou o Broadcast, deve mostrar uma redução de níveis hierárquicos e maior foco nas linhas de negócio. Além de reverter os baixos resultados do banco, o objetivo é preparar o Bradesco para um cenário competitivo mais intenso.