O crescente número de educadores financeiros vem fazendo com que, cada vez mais, aumente o número de interessados no mercado financeiro. Nem o coronavírus afastou o investidor das ações. Ao contrário, continua aumentando cerca de 200 mil novos investidores por mês. A disseminação da informação de qualidade, gratuita e para qualquer um acessar na internet auxiliou muito nesse processo, algo que não acontecia 10 anos atrás.
Com isso, os investimentos tornaram-se algo mais próximo da realidade e de mais fácil compreensão. As opções são diversas, começando pela básica reserva de emergência até ações e fundos de hedge com investimentos fora do País, por exemplo.
Pensando nisso, decidi listar onde eu investiria meus primeiros R$ 1 mil. E é o que faço com a minha sobrinha Larissa, de apenas 3 anos.
Como investir com pouco dinheiro?
Ainda existe o pensamento que o mercado financeiro não é acessível, que é muito complicado ou que é somente para pessoas com um patrimônio elevado. Isso não é mais verdade. Por exemplo, é possível investir no Tesouro Direto a partir de R$ 30 ou, então, em 70 ações ao mesmo tempo com menos de R$ 100.
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Existem também CDBs (Certificado de Depósito Bancário) com rentabilidade superior a 100% do CDI com valores iniciais bem baixos. Além de diversos CDBs, existe também o RDB (Recibo de Depósito Bancário), que na prática é bem parecido com o CDB. A diferença entre eles é que o CDB só pode ser emitido por bancos, já o RDB, além de bancos, pode também ser emitido por sociedades de crédito e financiamento, como o Nubank, por exemplo.
O que um investidor iniciante precisa saber sobre o mercado financeiro?
Se na época que comecei a investir, por volta de 15 anos atrás, tivesse tanta informação como existe hoje, eu procuraria diversificar esses R$ 1 mil. Como é pouco dinheiro, mesmo que dobre o montante, ainda seria pouco dinheiro. Usaria esse valor para entender diversos tipos de investimento. Com isso, conheceria várias modalidades e vertentes do mercado financeiro. Arriscaria um pouco, sim, para saber como se comporta a minha parte emocional frente a períodos de perdas, principalmente.
É de extrema importância ressaltar também que, antes de optar por investir, principalmente na renda variável, é necessário montar um cofre de emergência.
O cofre ou reserva de emergência é obrigatório na vida de todas as pessoas. Nele, o ideal é que primeiramente, se tenha o valor no mínimo de 6 meses do seu custo de vida. Se uma pessoa precisa de R$ 1 mil para viver, então ela necessariamente precisa ter guardado entre R$ 6 mil e R$ 12 mil em um investimento com liquidez diária e sem risco. Essa modalidade de investimento serve para que o investidor tenha um montante em um local seguro caso algo venha acontecer. Por isso, precisa estar alocado em algo como Tesouro Direto Selic, CDB ou até a NuConta, do Nubank. Hoje, em meio a essa pandemia, vê-se cada vez mais a importância de um dinheiro para eventualidades, como é o covid-19.
Como investir R$ 1 mil?
Tirando o cofre de emergência, eu começaria colocando os primeiros R$ 100 em um CDB. Isso mesmo, daria início à famosa renda fixa ou “perda” fixa, que inclusive eu já expliquei aqui os motivos de não ser “perda” fixa. Eu começaria com um CDB para entender o que é liquidez diária ou então em um com vencimento para daqui uns 2 anos e saber se eu seria capaz de me manter firme e resistir à tentação de sacar o dinheiro.
A partir disso, eu aplicaria mais R$ 100 em um Fundo de Investimentos em Ações (FIA), pois acredito ser importante entender o comportamento em relação ao fundo de ações, para saber se é melhor ou pior do que investir diretamente em ações. Além de ver o que é mais vantajoso: taxa de administração ou corretagem. Com isso, já se foram R$ 200.
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Mesmo com um CDB na carteira, eu também investiria em um Fundo de Renda Fixa. É importante entender o comportamento de um gestor cuidando do seu dinheiro no seu lugar. Inclusive, pode até ser um Fundo DI. Nisso eu colocaria mais R$ 100.
Seguindo nessa linha de fundos e visando diversificar ainda mais o risco, investiria nos famosos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). Pesquisaria por um fundo de galpões logísticos e um de lajes corporativas. Investiria R$ 100 em cada um desses fundos. Ambos eu procuraria fundos com contrato atípico, ou seja, quando o contrato de aluguel obriga o inquilino a pagar até o final, mesmo que ele queira deixar o imóvel.
Para experimentar, colocaria mais R$ 100 em uma LCI (Letras de Crédito Imobiliário), pois é interessante entender sobre um investimento que é isento de Imposto de Renda (IR). Veria se isso realmente é bom do ponto de vista de rentabilidade e faria os prós e os contras dessa modalidade.
Além disso, investiria mais R$ 100 em um Fundo de Debêntures Incentivadas, que nada mais é do que emprestar dinheiro para as empresas, já que o governo incentiva as pessoas a investirem nesse tipo de ativo e isso faz com que também seja isento de IR, pois o dinheiro acaba indo para empresas que investem em infraestrutura para o Brasil.
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Entrando um pouco no que falei lá no começo, investiria R$ 74 em um BOVA11, já que é um ETF que reproduz o Ibovespa. Desta forma, estaria investindo em mais de 70 ações, com pouco dinheiro. Ainda investiria R$ 83 no SMAL11, sendo este um Fundo de Small Caps, ou seja, pequenas empresas, que oferecem maior risco, mas maior potencial de retorno.
E, sim, mesmo que a você tenha acabado de dar início nos investimentos é necessário colocar o dinheiro no risco, pois é preciso entender o que são os investimentos e como se comporta a parte emocional. Por exemplo, se por conta do novo coronavírus o BOVA11 tiver despencado 40%, você vai querer tirar todo o seu dinheiro? Vai perder o sono por causa disso? A parte mais complicada da nossa vida financeira é controlar o nosso emocional. É ser racional em momentos de caos.
Quer saber qual o último investimento que eu entraria com os meus primeiros R$ 1 mil? A resposta está no vídeo e eu te garanto que muitos já investem nesse ativo. Clique no vídeo abaixo!
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