- O jogador de futebol Neymar comprou o NFT da coleção Mutant Ape Yacht Club por 55 ETH (criptomoeda ether), o que equivale a cerca de R$ 790 mil
- Essas criptoartes vão além da proposta de serem itens colecionáveis: seus detentores passam a ter uma série de benefícios
- Os usuários que possuem algum ‘Ape’, por exemplo, podem ter acesso a festas e eventos exclusivos promovidos pela empresa criadora das figuras
O jogador de futebol Neymar comprou o NFT da coleção Mutant Ape Yacht Club por 55 ETH (criptomoeda ether), o que equivale a cerca de R$ 790 mil.
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O token não fungível, nome dado a ativos digitais únicos e não replicáveis gerados por tecnologia blockchain, é uma imagem de um ‘macaco mutante’.
O atleta do PSG já possuía outros dois NFTs de ‘macacos digitais’ pertencentes à coleção Bored Ape Yatcht Club (BAYC), da qual foi derivada a Mutant Ape.
As duas imagens foram adquiridas pelo jogador no início deste ano e custaram cerca de R$ 6 milhões.
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Essas criptoartes vão além da proposta de serem itens colecionáveis: seus detentores passam a ter uma série de benefícios.
Os usuários que possuem algum ‘Ape’, por exemplo, podem ter acesso a festas e eventos exclusivos promovidos pela empresa criadora das figuras – a Yuga Labs.
É como se o investidor fizesse parte de uma comunidade VIP, cujos membros incluem figuras como Serena Williams, Madonna, Eminem e Snoop Dogg, além do próprio Neymar.
“Esse NFT possui uma razão de ser muito específica. Com ele você fará parte de uma comunidade que te dá acesso a coisas bacanas realizadas pela empresa que criou os Bored Apes. A ideia é de pertencimento”, afirma Carlos Eduardo Gomes, head de research da gestora especializada em criptoativos Hashdex. “Imagina que legal você entrar em uma festa e estar lá o Neymar.”
O preço a desembolsar por um macaco digital é bastante elevado.
Na Mutant Ape, a coleção tem 20 mil itens e o NFT mais barato custa 0,004 ETH (R$ 57). Já a Bored Ape possui 10 mil itens e o ativo mais barato pode ser adquirido por 120 ETH (R$ 1,7 milhão).
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Os dados são da OpenSea, plataforma de negociação dos tokens não fungíveis.
Vale investir nos NFTs do Neymar?
Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance, explica que dar benefícios aos membros da comunidade também é uma maneira de atrair demanda para esses criptoativos.
Por exemplo, os compradores mais antigos de ‘Bored Apes’ ganharam tokens da nova coleção ‘Mutant Apes’.
“Isso trouxe uma vantagem para os detentores iniciais”, afirma Nousi. “E não pararam por aí: foi criada a criptomoeda chamada ApeCoin, que vai ser a criptomoeda utilizada no metaverso deles. E uma boa parte dessas moedas foram dadas para investidores de NFTs do Bored Ape e do Mutant Ape.”
Essa também é a visão de Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move.
“É uma comunidade fechada, que vão ter encontros exclusivos. É uma comunidade de alto tíquete, por isso tem grande valor. Eles têm até uma criptomoeda e estão construindo o próprio metaverso”, afirma.
As colecionáveis de arte digital mais buscadas
Existem vários tipos de coleções de NFTs e a Bored Ape Yatch Club é a mais valiosa. Isto é, o preço mínimo a ser desembolsado para fazer parte do ‘clube’ é o mais elevado.
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Contudo, em termos de volume negociado, a BAYC perde para a coleção ‘CryptoPunks’, composta por criptoartes pixeladas, um dos mais antigos conjuntos de tokens não fungíveis lançados.
De acordo com dados da plataforma CryptoSlam consolidados pela Hashdex, o volume total de negociação das CryptoPunks é de US$ 2,1 bilhões.
Dentro da coleção, o NFT mais barato custa 62,5 ETH (R$ 880 mil). Já os Bored Apes têm volume negociado pouco abaixo disso, de US$ 1,8 bilhão.
“Os CryptoPunks foram os primeiros a fazerem sucesso nesse mundo das NFTs. Ter um desse na sua foto de perfil demonstra que você é um cara engajado com o tema cripto, que provavelmente descobriu isso muito antes do que os outros. Esse componente social é relevante”, afirma Gomes, da Hashdex.
As figuras pixeladas podem ser usadas de avatares em redes sociais, como o Twitter. A plataforma tem um sistema que permite verificar a autenticidade do NFT e destacá-la na sua página.
Quem coloca uma CryptoPunk como foto de perfil, tem o formato da imagem alterado do tradicional ‘círculo’ para um hexágono.
Games e terrenos virtuais
No setor de games, a coleção de NFTs mais querida pelos investidores é a Axie, com um volume negociado de mais de US$ 4 bilhões. Dentro desse universo, existem mais de 200 mil itens, entre avatares e terrenos dentro do jogo Axie Infinity.
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“Para começar a jogar o Axie, você vai precisar montar o seu time de bichinhos que vai jogar para você. Essa é a mecânica do jogo”, afirma Gomes, da Hashdex.
“Para batalhar com esses bichinhos, você precisa comprá-los. E uma vez que você compra, começa a batalhar e evoluir no game, os seus bichinhos vão ficando mais fortes (e mais caros). E se você quiser, pode vender esse ativo virtual para outra pessoa.”, continuou o especialista.
Ganhando para jogar
Isso significa que você pode ganhar dinheiro jogando o Axie Infinity. “Os usuários vão jogando e, à medida que vão evoluindo e coletando tokens, ganham dinheiro em forma de criptomoedas. O Axie popularizou esse tipo de game e gerou renda para países como as Filipinas, que sofreu bastante durante a pandemia”, diz Nousi.
Quando o assunto são NFTs de terrenos virtuais dentro de metaversos à base de blockchain, o Decentraland passa na frente, com um volume negociado de US$ 1 bilhão.
Nesse mundo virtual, os usuários podem comprar e vender propriedades utilizando a criptomoeda MANA. A coleção tem mais de 90 mil itens e o token mais barato custa 2,7 ETH (R$ 38 mil) nas plataformas de negociação.
“NFTs são ativos únicos, que garantem a propriedade digital. Se você quer construir uma loja dentro do Decentraland, você vai precisar da moeda da rede, para poder interagir nela”, afirma Precyla Eller de Menezes, head de relações da Hashdex.
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Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance, explica que nesse metaverso há uma quantidade finita de ‘lands’ (terrenos) dentro de um mapa. Nesse mundo paralelo, pessoas ou empresas vão adquirindo e desenvolvendo as terras.
“No caso do Decentraland, há um cassino lá dentro, em que os usuários podem ir e apostar. Há um uso efetivo desse terreno, então há um valor atribuído a ele”, afirma.
A segunda coleção de NFTs de terrenos virtuais é a The Sandbox, com um volume negociado de US$ 662 milhões. O item mais barato, dos 109 mil existentes, custa 1,8 ETH (R$ 24,9 mil). “O Snoop Dogg tem um terreno dentro desse mundo virtual”, diz Lago, da Financial Move.
Riscos
Os tokens não fungíveis são um investimento de risco. É um mercado novo, ainda imaturo, por isso bastante volátil.
“São muito mais ilíquidos. Não existe um mercado que vai determinar o preço de um NFT, como acontece com o bitcoin, por exemplo. Simplesmente o preço será aquele imaginado pelo comprador, da mesma forma que acontece com uma obra de arte em leilão”, afirma Nousi.
De acordo com Menezes, da Hashdex, uma maneira mais segura de estar exposto ao ecossistema de NFTs e metaverso é por meio do investimento em uma cesta de ativos.
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A gestora tem um ETF (fundo de índice) que busca replicar as movimentações dos ativos digitais, chamado HASH11.
O fundo de índice é negociado na B3 e tem exposição ao Ethereum, principal plataforma utilizada para registrar os NFTs colecionáveis.
Dessa forma, é possível capturar parte da expansão dos tokens.
“Nós entendemos que a melhor forma de ganhar exposição ao ecossistema (de NFTs) é ter ali uma cesta em que você vai ganhar exposição aos principais projetos”, afirma Eller.