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- Muitas moedas estavam prestes a recuperar perdas divulgadas na segunda-feira, quando a SEC entrou com um processo contra a rival da Binance, alegando uma série de violações
Os defensores das criptomoedas parecem estar lidando de forma tranquila com o aumento da ofensiva da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) contra o setor de ativos digitais.
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Os preços dos tokens ficaram em grande parte mais altos e oscilaram pouco na terça-feira (6), depois que a agência acusou a Coinbase Global de administrar uma exchange ilegal. Muitas moedas estavam prestes a recuperar perdas divulgadas na segunda-feira, quando a SEC entrou com um processo contra a rival da Binance, alegando uma série de violações.
As retiradas de fundos de clientes da Binance e da Coinbase aumentaram inicialmente quando o primeiro processo foi aberto no início da semana, antes de desacelerar nas 24 horas seguintes, de acordo com dados do blockchain de duas empresas de análise. No geral, a Binance foi impactada com US$ 1,3 bilhão em retiradas líquidas a partir das 11h30 (horário de Nova York) na terça-feira. A Nansen, que disse que a Coinbase não divulga suas carteiras de criptomoedas nos blockchains, estimou que a empresa americana teve saques de cerca de US$ 1,28 bilhão durante o mesmo período.
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As atividades pareciam ter diminuído nos dias seguintes. Julio Moreno, chefe de pesquisa da CryptoQuant, disse que os saques foram “abafados” desde que surgiram as notícias do processo da SEC contra a Coinbase.
- Como investidores reagiram ao processo contra a Binance?
Nos processos contra a Binance e a Coinbase, muitos tokens foram listados como títulos não registrados pela SEC, incluindo os tokens BNB, da Binance; ADA, da Cardano; SOL, da Solana; MATIC, da Polygon; FIL, da Filecoin; ALGO, da Algorand; e ICP, da Dfinity. Os preços de todos, com exceção do token da Polygon, estavam positivos na terça-feira. Mas nesta quinta-feira, todas, com exceção da ALGO e ICP, apresentavam quedas.
“Alguns dos tokens listados como títulos apresentaram um desempenho relativamente baixo, mas acho que isso mostra que as instituições dos Estados Unidos já tinham diminuído sua relativa exposição”, disse Shiliang Tang, diretor de investimentos da empresa de investimentos em criptomoedas LedgerPrime. “Também não há mais muita alavancagem no sistema com criptomoedas, por isso não estamos vendo muitas liquidações.”
Apoiando a recuperação parcial do bitcoin desde o início do ano estavam as expectativas de que a crise bancária que surgiu em março nos Estados Unidos forçaria o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a interromper o aumento das taxas de juros. Isso permitiu que os investidores otimistas em bitcoin levantassem a possibilidade de que o token sairia ganhando com taxas de juros reais mais baixas, além de oferecer proteção contra as turbulências nas finanças tradicionais.
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De acordo com Clara Medalie, diretora de pesquisa da empresa de dados sobre o mercado de criptomoedas Kaiko, a Binance e sua plataforma americana Binance US são responsáveis por 54% das transações do mercado global de criptomoedas, enquanto a Coinbase responde por cerca de 6,5% delas. Entretanto, entre as exchanges dos EUA, o volume da Coinbase ficava em 53% do volume negociado, o que a tornava a maior do país.
Como publicado pela Bloomberg, depois que a Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês) processou a Binance e o CEO Changpeng Zhao em março, algumas empresas intermediárias, como a Jane Street Group e a Jump Crypto, já reduziram sua exposição às criptomoedas.
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“As intermediárias maiores têm sido mais conscientes em como negociam na Binance desde que o processo da CFTC chegou ao fim, então muitos dos possíveis riscos já foram controlados”, disse Michael Safai, sócio da Dexterity Capital, empresa especializada em estratégias neutras de mercado.
“Se as exchanges vão ser impactadas pela liquidez, esse processo já começou lá atrás quando a ação da CFTC foi retirada, talvez até mesmo antes, portanto isso é chutar cachorro morto”, disse Austin Campbel, professor da Columbia Business School, que comanda uma empresa de consultoria focada em ativos digitais. “A única ressalva são os EUA – as exchanges podem sofrer reveses consideráveis se as pessoas realmente acreditarem que elas são ilegais e ninguém realizar negociações por meio delas.”