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Onde investir antes da virada do Ibovespa e lucrar com ações

Segundo chefe da área de análise da XP, há a intenção de elevar a exposição na bolsa via setores defensivos

Onde investir antes da virada do Ibovespa e lucrar com ações
Foto: Envato Elements

Depois de um agosto ruim – e queda de 5,1% do Ibovespa, o mercado aguarda uma virada no desempenho do índice em setembro, diante de múltiplos atraentes e a volta dos investidores estrangeiros que embolsaram lucros no mês anterior. Segundo Fernando Ferreira, estrategista e chefe da área de análise da XP, um levantamento interno feito pela corretora com assessores de investimentos e investidores institucionais, há a intenção de elevar a exposição em Bolsa de valores, porém, buscando setores defensivos.

“A nossa pesquisa interna mostrou essa intenção dos investidores de voltar com alocação em ações”, disse Ferreira, sem citar os números da pesquisa interna mas acrescentando que a preferência é por empresas consideradas de setores defensivos. É o caso de energia elétrica, bancos e alguns papéis de shopping centers.

Um levantamento realizado pelo Broadcast Investimentos com as carteiras recomendadas para setembro dos principais bancos e corretoras do País, refletiu esse sentimento de cautela para os mercados. Entre as ações mais recomendadas para o mês, a maior parte é de empresas de setores defensivos, como é caso dos papéis do Itaú, Petrorio, Assaí, Petrobras e Eletrobras.

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Outras ações como Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4) também aparecem nas listas das mais recomendadas para setembro. “Tivemos alguns pontos no mês passado que levaram o Ibovespa para queda, como foi o caso da saída de investidores institucionais por causa de resgates na Bolsa, com isso, a indústria teve que vender forçadamente as ações”, explicou Ferreira.

O estrategista-chefe da XP revela ainda que foi surpreendido pela saída maciça de investidores estrangeiros em agosto. “Os investidores aproveitaram para embolsar lucros, mas há bastante espaço para o mercado voltar a subir. Nossa recomendação é do Ibovespa a 133 mil pontos ao final de 2023. Temos uma visão otimista para as ações no Brasil”, explicou.

Em relatório, o BTG Pactual também destaca que o fraco desempenho de agosto elevou a atratividade em diversas ações. “Apesar das taxas de juro reais de longo prazo terem subido em agosto, a forte correção das ações brasileiras fez com que o prêmio para possuir ações aumentasse para perto de 2 desvios padrão acima da média histórica (5,2%)”, explicou o banco de investimentos.

A Ágora Investimentos compartilha da mesma opinião em seu relatório “Estratégia Mensal” de setembro. “Estamos confortáveis com a nossa posição de que a Bolsa brasileira continua barata, o que naturalmente, abre espaço para compra de ações de forma criteriosa para investidores com olhar para o longo prazo. Em inúmeras ocasiões, no entanto, argumentamos que não estávamos diante de um bull market [mercado de alta] e, reforçamos nossa convicção nesta tese”, disse.

Preocupações no radar

O cenário macroeconômico ainda traz incertezas sobre o andamento da economia ao longo do ano e pode trazer impactos para o mercado acionário brasileiro. Para Ferreira, da XP, entre as preocupações estão a desaceleração da China, dúvidas sobre quando e o tamanho da recessão que a Europa pode enfrentar e se a economia dos Estados Unidos conseguirá manter sozinha o desenvolvimento das demais economias.

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“Nossa visão hoje para os Estados Unidos é mais cautelosa, com uma possível recessão no início de 2024″, disse Ferreira, destacando que internamente, a preocupação gira em torno do risco fiscal, onde está inclusa a discussão sobre o fim dos Juros sobre Capital Próprio (JCP). “Segundo cálculos internos, o fim do JCP pode reduzir entre 15% e 20% o lucro anual de alguns setores e empresas.

Ainda sobre o exterior, Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, afirma, em relatório, que “o cenário local tem ficado menos construtivo e as complicações no exterior nos preocupam, principalmente o problema imobiliário chinês, não sendo trivial que o governo conseguirá estabilizar o mercado, ainda mais em um cenário de juros altos nos países desenvolvidos”, explicou.

A Ágora Investimentos também pontuou em sua carta o exterior como preocupação para o mercado de ações. “Entendemos que o cenário externo se configura como o principal fator de risco para o desempenho dos nossos ativos no curto e médio prazo. Nos preocupa o fato de que a economia americana possa enfrentar um período de juros restritivo por mais tempo e que, eventualmente, o risco de recessão se torne o cenário base mais à frente”, explicou.

A corretora destacou ainda que soma-se a isso, o fato de a China continuar sendo uma grande incógnita. “Ao mesmo tempo que segue com dados indicando fraco crescimento, o gigante asiático anuncia medidas de estímulos com frequência”, concluiu.

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