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- As “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões descobertas pela Americanas (AMER3) e comunicadas, via fato relevante, na noite de quarta-feira (11), pegaram o mercado brasileiro de surpresa
- Mas dados levantados pela Economatica mostram que houve quem conseguiu lucrar com a derrocada dos papéis em posições de short montadas às vésperas da notícia
- Segundo a Economatica, as posições vendidas em AMER3 aumentaram às vésperas da divulgação do fato relevante que comunicou o rombo de R$ 20 bi
As “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões descobertas pela Americanas (AMER3) e comunicadas na noite de quarta-feira (11) via fato relevante, pegaram o mercado de surpresa. O susto foi tanto que as ações da companhia caíram mais de 75% na quinta-feira (12).
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Dados levantados pela Economatica mostram, porém, que alguns investidores conseguiram lucrar com a derrocada dos papéis em posições de short montadas às vésperas da notícia.
Short é o nome utilizado no mercado para as operações vendidas em bolsa, em que investidores apostam na queda de determinado ativo. Na prática, funciona como um aluguel de ações, onde o investidor vende um ativo que não tem, na esperança de recomprá-lo por um preço menor – e lucrar com essa diferença. Explicamos como funciona a operação nesta reportagem.
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O levantamento da Economatica mostra que o valor de mercado da Americanas fechou em R$ 10,8 bilhões na quarta-feira, antes do fato relevante. Na quinta, porém, caiu para R$ 2,4 bi.
Felipe Pontes, diretor operacional da Economatica, destaca que o volume de short em AMER3 subiu cerca de 20 vezes mais do que o dos pares do setor de consumo dias antes da divulgação do fato relevante. No mesmo período, as posições vendidas em Magazine Luiza (MGLU3) e em Via (VIIA3), por exemplo, caíram.
“O que explica o short ter subido tanto dias antes da divulgação do fato relevante? Alguém sabia de algo que o resto do mercado não sabia?”, questiona o diretor da Economatica. Os dados mostram ainda que, na quinta-feira, as posições vendidas em Americanas caíram em 1,5 milhões de ações.
Executivos também venderam posições
Segundo o jornal O Globo, diretores da Americanas venderam mais de R$ 210 milhões em ações da empresa no segundo semestre de 2022. As “inconsistências” de R$ 20 bilhões só foram identificadas no início de 2023, na gestão de Sérgio Rial. O CEO havia assumido o controle da companhia há menos de 10 dias, mas renunciou ao cargo na quarta-feira (11).
O diretor de relações com investidores, André Covre, também renunciou. As ações passaram boa parte do pregão da quinta-feira (12) em leilão para depois abrirem a negociação na B3 com queda superior a 75%. Confira a cobertura completa do assunto.
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