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Dólar despenca para menos de R$ 5. Até onde irá a queda?

Desde o dia 26 de março, a moeda vinha se mantendo acima deste patamar

Dólar despenca para menos de R$ 5. Até onde irá a queda?
Foto: Pixabay
  • Esta é a primeira vez que a moeda é negociada abaixo de R$ 5 desde o dia 26 de março, quando chegou a R$ 4,97
  • Dólar sofreu fortes oscilações nas últimas semanas e começou a mostrar sinais de alívio
  • Segundo analistas, a melhora no ambiente interno e externo explica o desempenho positivo do real nos últimos dias

O dólar abriu o dia mais uma vez em forte queda. Às 13h desta sexta-feira, sua desvalorização era de 3,13%, sendo cotado a R$ 4,95. Esta é a primeira vez que a moeda é negociada abaixo de R$ 5 desde o dia 26 de março, quando chegou a ser vendida por R$ 4,97 no meio do pregão. A última vez que o dólar encerrou um dia cotado a menos que R$ 5 foi em 16 de março, a R$ 4,85.

Desde que atingiu seu maior valor nominal na história no dia 14 de maio, a R$ 5,97, o dólar sofreu fortes oscilações nas últimas semanas e começou a mostrar sinais de alívio. Até o momento, a moeda já apresenta uma queda de 16,92% desde que atingiu seu pico.

Segundo especialistas consultados pelo E-Investidor, a melhora no ambiente interno e externo explica o desempenho positivo do real nos últimos dias. Contando o dia de hoje, dos últimos 13 pregões, o dólar caiu em 10 deles.

Ambiente interno

Para Cristiano Lima, superintendente de derivativos da Ágora Investimentos, os fatores locais que mais interferem na queda do dólar são o cenário político mais calmo e o plano de reabertura do comércio local. “Antes, a incerteza era de quando a economia ia abrir, mas agora já temos o plano para o estado de São Paulo”, diz. “Além disso, tínhamos a questão política fervendo, que agora se acalmou.”

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Na visão de  Otávio Aidar, estrategista-chefe e gestor de moedas da Infinity Asset, o cenário político mais calmo é fundamental para estabilizar a moeda. “O ambiente em Brasília é importante, pois é ele que garante o alívio fiscal do País também.”

Fabrizio Velloni, chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, concorda com a visão dos outros especialistas. Para ele, a diminuição da pressão política interna foi fundamental para queda recente do dólar. “O valor estava muito alto principalmente pela pressão política envolvida no País.”

Exterior também ajuda

Além da reabertura das economias, a corrida para a descoberta de uma vacina contra o coronavírus também tem influenciado no sobe e desce da moeda. “Isso é o que mais tem impulsionado a queda”, diz Lima, da Ágora.

Com isso, Velloni pontua que ao que tudo indica a pandemia está sendo controlada e a economia mundial irá se recuperar mais rápido do que se imaginava. “Não vamos chegar no fundo do poço como estávamos esperando”, afirma o chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora.

Isso significa que a desvalorização do dólar não é limitada apenas em relação ao real, e sim a todas as moedas emergentes. “Elas sofreram muito na crise e agora estão recuperando seu valor”, afirma Aidar, da Infinity Asset.

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Apesar da recuperação global,  Aidar ressalta que a recuperação do real em relação ao dólar ainda é maior do que as outras moedas emergentes. Segundo ele, isso acontece devido a melhora dos fatores locais, que antes eram o que faziam o real ser a moeda que mais tinha se desvalorizado no ano. “Como o real foi o que mais sofreu por estes fatores, agora ele é o que mais está se recuperando”, diz.

O que esperar do dólar daqui para frente?

Se o ambiente político continuar dando trégua e não ocorrer uma segunda onda de contágio da pandemia mais à frente, o dólar deve manter o comportamento recente, segundo os especialistas da Ágora e da Infinity Asset.

“Um dia ou outro pode até acontecer do dólar subir, mas não a longo prazo. Com a economia voltando e a política mais calma, a tendência é essa”, afirma Aidar, da Infinity Asset.

Lima também reforça que o cenário para o futuro do Brasil não está mais nebuloso como antes e se tudo continuar como está a moeda deve seguir se depreciando.

“O dólar é muito volátil, mas no cenário atual eu não não vejo motivos para subir de novo”, diz o superintendente da Ágora Investimentos.

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Apesar disso, Velloni ressalta que a volatilidade ainda é um fator que o preocupa. Segundo ele, os riscos da dólar subir vão continuar existindo enquanto não existir uma solução efetiva para a doença. “Os número estão vindo melhores, mas não temos efetivamente uma cura para a doença e do dia para a noite tudo pode piorar novamente.”

O chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora ainda afirma que não acredita que a moeda americana deve cair muito mais nos próximos dias, pois a economia interna ainda não foi reativada.

“O dólar estava totalmente fora do preço pelos fatores citados. Agora que eles passaram a moeda caiu, mas não vejo perspectiva de curto prazo para a economia interna melhorar e para chegarmos a um patamar mais abaixo da moeda, precisamos ver uma melhora dela”, diz Velloni.

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