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Entenda a disputa entre TC e Empiricus que foi parar na Justiça

Briga se intensificou em outubro de 2021, quando a Empiricus publicou um relatório comprometedor para a TC

Entenda a disputa entre TC e Empiricus que foi parar na Justiça
TC entrou com tutela cautelar contra a Empiricus por concorrência desleal. Foto: Pixabay
  • CEO da TC acusou diretamente os sócios da Empiricus de estarem por trás do vídeo acusatório da "palhaça" que viralizou
  • A Empiricus negou todas as acusações feitas do TC e questionou a autenticidade das provas apresentadas

Poucas vezes o mercado assistiu a um conflito tão aberto entre duas companhias. Na última terça-feira (26), Pedro Albuquerque, CEO da plataforma de educação financeira TC (TRAD3), promoveu uma coletiva de imprensa em que acusou diretamente Felipe Miranda e Caio Mesquita, sócios da research Empiricus, de estarem por trás de um vídeo acusatório que viralizou nas redes sociais no fim de junho.

Na peça, uma mulher com maquiagem de palhaço lista supostos crimes cometidos pelos sócios do TC. As irregularidades apontadas pela atriz vão desde manipulação de mercado a assédios e estupro coletivo de funcionária dentro das dependências da empresa.

Durante a coletiva, o executivo do antigo Traders Club apresentou prints de possíveis conversas entre Miranda e Mesquita, em que os executivos armavam a divulgação do material incriminatório. As imagens dos diálogos no aplicativo WhatsApp teriam sido encaminhadas ao TC por um hacker. O objetivo dos principais representantes da casa de análises com o vídeo, segundo Albuquerque, seria aferir ganho financeiro com a queda dos papéis TRAD3.

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Até março deste ano, a Vitreo (gestora ligada a Empiricus) tinha uma posição vendida de R$ 16,2 milhões nos papéis do TC, a maior até então. Na sequência de maiores apostas contra o ativo estão as gestoras Garde Asset e Kinea Investimentos, com R$ 6,8 milhões e R$ 1,2 milhão, respectivamente. Os dados são da plataforma TC/Economatica.

Analistas de mercado consultados pelo E-Investidor explicaram os impactos do conflito entre TC e Empiricus nesta reportagem

“Recebemos materiais seríssimos que atestam que Felipe Miranda e Caio Mesquita orquestraram um ataque contra o TC”, afirmou Albuquerque, durante a coletiva de imprensa. “Nenhuma empresa merece passar por isso. É absolutamente um pesadelo que estamos vivendo há muitos meses.”

O CEO do TC também citou na entrevista uma notícia vinculada na mídia de que o BTG, dono da Empiricus, estaria conduzindo uma investigação contra Miranda e Mesquita pelo vídeo anônimo. A informação é inverídica, segundo fontes ligadas ao mercado ouvidas pelo E-Investidor.

A Empiricus negou todas as acusações feitas por Albuquerque e questionou a autenticidade dos prints. “As conversas apresentadas, que alegadamente teriam sido encaminhadas ao TC por um hacker, não são verdadeiras e não representam uma interlocução entre os Srs. Caio Mesquita e Felipe Miranda, e entre esses com terceiros. Todas as medidas e providências cabíveis já estão sendo adotadas para a preservação dos seus direitos”, afirma a research, em comunicado.

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É importante ressaltar que a briga entre Empiricus e TC se arrasta há alguns meses. O conflito se intensificou em 26 de outubro de 2021, quando a casa de análises publicou um relatório intitulado “10 motivos para shortear TRAD3’”. Além de valuation esticado, a research de Felipe Miranda questionou se sócios da plataforma, como Rafael Ferri (que teve o nome envolvido na Bolha do Alicate, por manipulação de mercado), estariam aptos a fazer análises já que não possuem certificação.

A direção do TC se pronunciou nas redes sociais e na imprensa, rebateu as questões apresentadas pelos analistas da Empiricus no relatório e o caso chegou até mesmo a parar na Justiça. Na época, o TC queria que a Empiricus reconhecesse que ambas as companhias são concorrentes e que colocasse essa informação nos relatórios a respeito de TRAD3, a fim de deixar claro um possível conflito de interesses.

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