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- Conselho de Administração da Petrobras aprovou em unanimidade Jean Paul Prates (PT-RN) como presidente da companhia
- Goldman Sachs declarou que a intenção do novo CEO é mudar gradualmente a estratégia da empresa, tranquilizando o mercado que não há nada de drástico em pauta,
- Um cenário que preocupava, especialmente dado o receio de investidores com mudanças na atual política de preços de paridade internacional (PPI)
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou em unanimidade o senador Jean Paul Prates (PT-RN) como presidente da companhia. Ele assumirá o posto interinamente amanhã (27), enquanto aguarda a realização da Assembleia Geral Ordinária (AGO) marcada para abril para ser efetivado. Em relatório, o banco Goldman Sachs declarou que a intenção do novo CEO é mudar gradualmente a estratégia da empresa, tranquilizando o mercado que não há nada de drástico em pauta, “principalmente no que se refere à política de preços de combustível”.
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Quando Prates foi indicado ao cargo, por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), há menos de um mês, ele era visto pelo mercado financeiro como alguém com ampla experiência no setor de petróleo e gás, mas sua indicação sinalizava um quadro político no comando da maior estatal do País. Um cenário que preocupava, especialmente dado o receio de investidores com mudanças na atual política de preços de paridade internacional (PPI) que levou a companhia a lucros – e dividendos – recordes.
No começo do ano, quando ainda estava indicado apenas, ele afirmou que criaria a “nossa política de preços” para os clientes da Petrobras. “A gente não pode influenciar. Se eu dissesse que a Petrobras controla o preço a ponto de afetar totalmente o mercado nacional eu estaria reconhecendo uma coisa que eu sou contra dizerem, que a Petrobras é monopólio de refino, que domina o mercado”, disse.
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Na mesma data, ele também reforçou que não haveria “intervenção nos preços”. O senador avaliou que foi mal interpretado no passado sobre o tema. Relembre o discurso.
Assim, o banco apontou que permanece como a classificação de “neutro” para as ações da Petrobras, “pois é preciso reconhecer o aumento da incerteza em torno das políticas a serem adotadas nos próximos anos e sobre como será a política de dividendos da empresa”.
A mudança no rating (nota) da companhia ocorreu em novembro de 2022, quando “o presidente eleito [no Brasil] e outras autoridades já mencionaram sua intenção de diminuir o pagamento de dividendos e fomentar investimentos em refino”, afirmou a instituição financeira. Veja como fica a remuneração dos acionistas com o novo governo.
Outros riscos que também podem impactar a companhia, segundo o Goldman Sachs, são: o preço do barril do petróleo tipo brent, que podem ficar mais baixo do que o esperado; a depreciação do dólar; a produção abaixo do esperado e apossível intervenção do governo no preço dos combustíveis.
Visões do mercado
Para Fábio Sobreira, analista chefe e sócio da Harami Research, as recentes declarações de Prates rechaçando a possibilidade de intervenções políticas nos preços praticados pela companhia apaziguaram os ânimos de investidores. “Há alguns dias o mercado tem entendido que, apesar de ser uma indicação política, o nome de Prates também está dentro daquilo que se esperava. Não está me parecendo mais que há um descontentamento tão grande assim”, destaca.
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Até o fechamento do pregão da quarta-feira (25), as ações ordinárias da Petrobras, PETR3, e as preferenciais, PETR4, eram cotadas a R$ 30,42 e R$ 26,94, respectivamente, com altas de 8,49% e 9,96% em 2023.
Ricardo Carneiro, especialista em commodities da WIT Invest, afirma que “apesar de [Prates] ter melhorado um pouco o seu discurso estadista e até ter ventilado a criação de um Fundo de Estabilização para o preço dos combustíveis, o que é muito positivo, não acredito que esse discurso se mantenha no decorrer do tempo”.
A implementação de um fundo para estabilização dos preços dos combustíveis é uma proposta defendida por Prates em sua época no Senado, que propunha criar um imposto sobre a exportação de óleo para financiar uma “conta” que ajudaria a reduzir as oscilações de preço dos combustíveis.
Veja nesta reportagem o que o mercado espera do novo CEO da Petrobras.
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Desde o início do ano, a petroleira estava sob o comando do presidente interino João Henrique Rittershaussen. O estatuto da companhia prevê que para se tornar CEO, é necessário assumir um cargo no Conselho de Administração – o que também acontecerá com Prates nos próximos dias.