O que este conteúdo fez por você?
- Ibovespa fecha a semana abaixo dos 120 mil pontos, mesmo com queda da Selic
- As três ações que mais desvalorizaram na semana foram Via (VIIA3), Cielo (CIEL3) e Bradesco (BBDC4)
O Ibovespa caiu 0,57% na semana, passando de 120.187,11 pontos para 119.507,68 pontos. A semana encerrada nesta sexta-feira (4) marca um período de volatilidade no principal índice acionário da B3, como explica Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Leia também
Entre os principais eventos marcantes, o especialista cita a redução do rating dos EUA de AAA para AA+, que colocou o mercado em alerta sobre possíveis rebaixamentos das demais economias desenvolvidas e refletiu em quedas generalizadas em todo o mundo.
No Brasil, houve o início do ciclo de cortes de juros pelo Banco Central (BC), com a queda da Selic de 13,75% para 13,25%, após um ano no mesmo nível. ”Esta redução que já era bastante aguardada pelo mercado, trouxe uma expectativa de que as quedas nos juros devam permanecer em patamares mais fortes e que isso pode trazer alívio para a economia interna já no curto prazo”, comenta Lourenço.
- Veja quais foram as maiores altas do Ibovespa na semana
- AÇÕES: os melhores desempenhos do dia na Bolsa
Apesar do otimismo do mercado em relação à queda da taxa básica de juros, o analista da Manchester comenta que o Ibovespa não conseguiu sustentar a alta justamente por conta do cenário externo, que pesou bastante.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Houve também o reflexo de dois resultados fracos de papéis de peso no Ibovespa durante a semana: Bradesco (BBDC4), que manteve um alerta sobre a performance do sistema financeiro e pesou sobre grande parte do setor, e Petrobras (PETR3; PETR4), apesar dos números da petroleira terem sido dentro do previsto.
“[O resultado de Petrobras] aumentou as incertezas sobre o impacto que a nova política de preços poderá ter no resultado futuro da empresa e, consequentemente, a sua capacidade de manter um bom nível de dividendos, tendo em vista que já há uma disparidade relevante em relação ao preço internacional, que tem sido absorvido no resultado da companhia”, afirma Lourenço.
Já o dólar ganhou força. A divisa americana e o euro subiram 3,05% e 2,9% frente ao real na semana, atingindo os R$ 4,88 e R$ 5,37, respectivamente.
Em Nova York, na semana, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 2,27%, 1,11%, 2,85%, respectivamente.
Publicidade
Em Nova York, na semana, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 2,27%, 1,11%, 2,85%, respectivamente. As três ações que mais desvalorizaram na semana foram Via (VIIA3), Cielo (CIEL3) e Bradesco (BBDC4).
Via (VIIA3): -12,21%, R$ 1,87
Mesmo com a queda da Selic, que beneficia o setor varejista, Via despencou na semana. Os bons resultados do segundo trimestre do Mercado Livre ratificaram o apetite da varejista de origem argentina pelo e-commerce brasileiro. Para alguns analistas e operadores de mesa ouvidos pelo Broadcast, o efeito foi o achatamento dos papéis de Via e Magazine Luiza (MGLU3).
Além disso, segundo a plataforma, há uma expectativa de resultados fracos por parte da varejista.
A Via está em baixa de 13,43% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 22,08%.
Cielo (CIEL3): -9,54%, R$ 4,17
Os papéis da Cielo sentem a aversão a risco de investidores gerada pelo balanço do segundo trimestre de 2023. Apesar dos resultados terem vindo em linha com o que o mercado esperava, ainda foram ligeiramente negativos. Um ponto de destaque é a queda de 14% na base de clientes.
A Cielo está em baixa de 11,65% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 19,5%.
Bradesco (BBDC4): -6,31%, R$ 15,45
O banco aparece como a terceira maior queda da semana, após divulgar seu balanço do 2T23. Apesar de reportar um lucro acima do primeiro trimestre de 2023, ao compararmos com o 2T22, “o lucro foi bastante inferior”, segundo Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital.
Publicidade
“Outro problema reportado foi o aumento do PDD (Provisão para Devedores Duvidosos). Enquanto outras instituições financeiras vem reportando uma redução do PDD, o Bradesco seguiu no caminho contrário. A inadimplência de 90 dias se mantém a maior entre os grandes bancos”, pontua o especialista.
O Bradesco está em baixa de 7,15% no mês. No ano, acumula uma valorização de 7,37%.