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Criptomoedas

Bitcoin ou ethereum? Analistas apontam qual cripto ganhará mais em 2023

Ambas devem se valorizar, mas especialistas encontraram uma diferença na variação de preço entre elas

Bitcoin ou ethereum? Analistas apontam qual cripto ganhará mais em 2023
Em 2022, ethereum e bitcoin caíram mais de 50%. Foto: Shutterstock/Reprodução)
  • O mercado voltou a acreditar em um período de alta para esta classe de ativos, principalmente no segundo semestre de 2023
  • Para Rony Szuster, analista da área de Research do Mercado Bitcoin, e Rudá Pèllini, co-fundador e presidente da Arthur Mining, o ETH terá maiores ganhos, mas com risco mais elevado

Após o derretimento do mercado de cripto em 2022, com o ethereum (ETH) caindo 56,29% e o bitcoin (BTC) desvalorizando 54,69% nos últimos 12 meses, o mercado voltou a acreditar em um período de alta para esta classe de ativos, principalmente no segundo semestre de 2023.

Fica a pergunta: qual das duas maiores criptomoedas terá desempenho melhor: o bitcoin ou o ethereum?Para Rony Szuster, analista da área de Research do Mercado Bitcoin, e Rudá Pèllini, co-fundador e presidente da Arthur Mining, o ETH terá maiores ganhos, mas com risco mais elevado.

Pèllini explica que a expectativa de desempenho melhor do ethereum está baseada na relação que o ativo tem com o bitcoin. Segundo cálculos do próprio analista, para cada ponto porcentual que o BTC variou em 2022, o ETH oscilou 22% mais, positivamente ou negativamente.

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Dessa forma, o “delta” – termo que define a diferença notada entre os ativos –  para o ethereum é maior, podendo dar maiores lucros ou perdas, aumentando o risco. “Historicamente o ETH tem um delta maior do que o BTC, falando de preços. Então, se cai, ele cai mais do que o BTC, mas se sobe, ele também sobe mais”, explicou Pèllini.

Para Szuster, a diferença não ocorre somente por conta de um aspecto histórico, mas por conta de uma questão do modelo de negócios de cada ativo. “Para mim essa valorização maior do ETH tem influência das inovações tecnológicas e menos o viés de segurança do BTC”, afirmou. “O ETH é um pouco diferente, ele tem uma narrativa de mais inovação”, disse.

O especialista afirmou que após o “The Merge”, nome dado à atualização da rede para promover a mudança do mecanismo de consenso de PoW (Proof of Work) para o PoS (Proof of Stake), o ethereum passou a ter novas atualizações na plataforma que ainda não foram precificadas.

Desde 2015, o retorno sobre investimento (ROI, na sigla em inglês) do ETH seguiu a mesma tendência do BTC, mas com margens maiores, mostrando a influência do delta no comportamento desses ativos – a exceção ocorreu no ano de 2019.

Outro exemplo da influência do delta pode ser verificado nas altas e baixas diárias de ambas as criptos em 2022. A maior alta diária no ano para o BTC foi de 14,59%, enquanto para o ETH foi de 18,46%. O mesmo movimento se repete nas baixas, de 15.62% e 17.57%, respectivamente.

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Szuster afirma que a expectativa é de que esses ativos fechem o acumulado do ano no azul, mesmo com a forte relação com o mercado tradicional e a dependência de uma postura mais branda Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). “Neste ano, acho que as criptos ainda vão seguir mais o mercado macro e ainda caindo um pouco, o BTC indo para US$ 10.000 e o ETH para US$ 1.000. Mas no acumulado do ano eu espero uma valorização das criptos em modo geral, mas não como em 2021.”

Em 1º de janeiro de 2021, o bitcoin era negociado a R$ 153.476,04 e encerrou o ano a R$ 260.894,18, uma valorização de 70% em 12 meses.

Pèllini também aposta em um cenário cripto no azul. “Eu acho que esse ano deve ser um ano de virada, com as taxas de juros desacelerando. Eu acho que a partir do segundo semestre deve ter alta. E no acumulado do ano, deve ficar no azul”, afirmou.

Neste ano, no entanto, ambos os ativos operam com ganhos. Às 14h42 de sexta-feira (13), o ETH acumulava alta de 18,11% em 2023, cotado a US$ 1.417,18. O BTC, por sua vez, avançava 16,19% em janeiro, valendo US$ 19.293,80.

O que é o The Merge

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Uma das principais críticas às criptomoedas vem do impacto que o processo de mineração, termo utilizado para se referir ao registro de transações de criptoativos por meio de supercomputadores, tem no meio ambiente. O processo de mineração ocorre, normalmente, por meio do sistema Proof of Work (Prova de Trabalho).

Ao comprar uma criptomoeda, é necessário que se crie um “cadeado” ou hash para proteger a transação, que é feita por meio da mineração. Para que o cadeado seja feito, os mineradores resolvem problemas matemáticos complexos. Vários desses profissionais tentam encontrar a solução ao mesmo tempo, deixando o processo competitivo, mas com demanda de mais energia.

A Universidade de Cambridge calculou que o processo de mineração de BTC gasta cerca de 114 terawatt-horas (TWh) por ano. Esse consumo de energia é maior que o verificado no Paquistão (103.5 TWh) e na Holanda (111 TWh).

O ethereum (ETH) talvez seja o pioneiro na tentativa de uma cripto amigável ao meio ambiente. O projeto “Merge”, iniciado em setembro de 2021, fez com que a rede passasse para o modelo Proof-of-Stake (Prova de Participação). Isso significa que a cadeia trocará os mineradores por validadores – participantes que precisam manter no mínimo 32 ETH (US$ 45,344) na rede para ajudar a verificar transações, que irão receber criptos como recompensa.

Este mecanismo, no entanto, vem sofrendo críticas devido ao valor excessivo exigido para os validadores, o que pode levar a uma centralização de controle do mercado.

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