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Comportamento

O Corinthians lançou uma criptomoeda? Entenda o que são os Fan Tokens

Paris Saint Germain, Barcelona e Milan são só alguns dos clubes que já aderiram a ideia

O Corinthians lançou uma criptomoeda? Entenda o que são os Fan Tokens
Estádio do Corinthians (FOTO:Alex Silva-Estadão)
  • Este tipo de ativo digital também é conhecido por Fan Token. Segundo a plataforma Coinmarketcap, a categoria possui uma capitalização de mercado de cerca de US$ 139 milhões
  • Os Fan Tokens são ativos digitais conhecidos como Utility Tokens, sua característica principal é a ausência de promessa de valorização, ou de manutenção de seu valor em mercados. Ou seja, funcionam como uma espécie de item de colecionador.

Na terça-feira (21), o Corinthians anunciou em seu perfil do Twitter o lançamento de um criptoativo próprio, o $SCCP. A iniciativa é uma parceria do clube de futebol com a plataforma de recompensas Sócios.com e a fintech de blockchain Chiliz.

Este tipo de ativo digital também é conhecido por Fan Token. Segundo a plataforma Coinmarketcap, a categoria possui uma capitalização de mercado de cerca de US$ 139 milhões. A modalidade já é utilizada no universo esportivo, como nos times Paris Saint Germain, Barcelona e Milan, equipes de fórmula 1, como a Aston Martin, e até times de e-sports, como a OG e a NaVi.

“Agora, mais de 35 milhões de torcedores no Brasil e muitos mais ao redor do mundo poderão interagir com o Corinthians de formas emocionantes, onde quer que eles estejam. Como nossos tempos exigem muito avanço no ambiente digital, este é um passo importante que comprova nosso foco na modernização”, afirma Duilio Monteiro Alves, presidente do Sport Club Corinthians Paulista em nota.

Apesar do buzz nas redes sociais, o Timão não foi o primeiro clube do Brasil a aderir a ideia. O Atlético Mineiro foi o primeiro a fazer a parceria com a sócios.com e a Chiliz, no dia 11 de junho.

O que são Fan Tokens

Antes de nos aprofundarmos no assunto é preciso entender o que é esse ativo e para que ele serve. Em linhas gerais, os Fan Tokens são ativos digitais conhecidos como Utility Tokens. Sua característica principal é a ausência de promessa de valorização, ou de manutenção de seu valor em mercados. Ou seja, funcionam como uma espécie de item de colecionador.

Assim como esse tipo de artigo, os detentores dos tokens podem vendê-los para quem desejar comprar. A eventual valorização irá ocorrer com o crescimento do ecossistema, com a oferta de promoções e votações de conteúdo das equipes. Isso aumenta a usabilidade do token e também a sua percepção de valor.

É importante salientar que cada um desses Fan Tokens conta com suas próprias regras de emissão e distribuição, que são definidas pelos próprios clubes juntamente com a Sócios.com

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A Chiliz é a criptomoeda e também possui sua própria plataforma para negociação de ativos digitais. Com a CHZ, os torcedores podem comprar os Fan Tokens para depois depositá-las no sócios.com para participar, influenciar e votar em pesquisas e enquetes com foco no clube.

Além disso, a Chiliz é responsável pelo sócios.com, produto voltado para o consumidor e o primeiro hub escalável e convencional para os fãs comprarem direitos de voto tokenizados em seus times favoritos.

No fechamento de sexta-feira (25), a criptomoeda Chiliz era negociada a US$0,2337, o equivalente a R$ 1,16.

Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, corretora especializada em criptoativos, conta que possui nove Fan Tokens listados e explica que a Chiliz é o grande combustível desse ecossistema da sócios.com. “Com ela você converte de Chiliz para Fan Tokens, ou seja, ela é a base da construção desse ambiente”, diz Tota.

Para o diretor, os Fan Tokens são uma forma supermoderna de conseguir conectar clube e torcedor utilizando recursos da Blockchain. Sem contar os conceitos e ideais criados pelas criptomoedas para conseguir criar uma experiência nova e diferente para os torcedores se engajarem com os clubes.F

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Segundo Tota, o ativo registrou volume transacionado de R$ 905,54 milhões durante o mês de maio no Mercado Bitcoin, com 52 mil clientes realizando operações.

Como funciona?

Os detentores dos Fan Tokens podem interagir com os clubes que a própria entidade demanda. A opinião dos torcedores pode ser usada, por exemplo, para escolher qual atleta será homenageado pelo clube no bandeirão do próximo jogo.

Tota explica que esse tipo de enquete até poderia ser realizada por outros caminhos, como no Instagram. “Com essa nova ideia, no entanto, você traz valor para esse ativo. Quanto vale você poder ser ouvido pelo clube? Quando você traz valor para esse tipo de interação todo mundo sai ganhando”, diz.

Na plataforma da Chiliz, voltada para a troca da criptomoeda, há 22 opções disponíveis entre times de futebol, equipes de fórmula 1, times de e-sports e outros.

Em uma rápida navegada no site sócios.com, já é possível ter uma ideia de que tipo de interação os clubes estão demandando dos torcedores. Quem possui o token do PSG, por exemplo, teve a opção de escolher qual a mensagem que eles gostariam que a braçadeira do capitão levasse.

Já os torcedores e detentores dos tokens do Barcelona, decidiram entre diversas opções de design feitas pelos fãs e a mensagem que ficaria estampada no vestiário do clube.

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Além de opinar em diversos assuntos, os torcedores também podem ter benefícios por terem esses ativos, como receber promoções exclusivas, brindes, recompensas por interagir entre outras regalias.

Os Fan Tokens são ativos digitais conhecidos como Utility Tokens, sua característica principal é a ausência de promessa de valorização, ou de manutenção de seu valor em mercados. Ou seja, funcionam como uma espécie de item de colecionador.

Valorização

Apesar dos Fan Tokens não serem criados com o intuito de se valorizarem, a flutuação de preço nos ativos digitais acontece por gatilhos diferentes por trás, como a performance esportiva do time em questão, até a criatividade da área de marketing para as pessoas interagirem com o clube.

“O preço tem uma relação indireta com a performance do clube dentro de campo. Se o time vai progredindo nas competições, gera mais interesse e aí é oferta e demanda pura. Com boas interações, boa performance e muita atenção para o clube, muita gente provavelmente vai querer comprar o token e assim seu preço vai subir. Desinteresse, performance ruim, possivelmente vai fazer o preço cair”, diz Tota, do Mercado Bitcoin.

Para o diretor, os clubes têm reportado bons resultados com a ideia, principalmente para se modernizarem e conseguirem estabelecer esse relacionamento com os torcedores que estão mais distantes.

“Para o futuro, os Fan Tokens podem ser uma grande fonte de receita para os clubes, uma receita que até então não existia. Além disso, as instituições esportivas estão passando por um momento no qual tem que se reinventar, seja com formas diferentes de patrocínio ou mesmo com os Fan Tokens”, diz.

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Procurados, o Corinthians e o Atlético Mineiro não responderam às nossas solicitações de entrevista.

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