- Criado em 2005, o ISE é composto por 36 ações de 30 empresas com as melhores performances ESG listadas na bolsa
- Atualmente, 27 papéis que compõem o ISE também fazem parte do Ibovespa, o principal índice da B3. No ano, ele tem desvalorização agregada de 5,72%, enquanto o IBOV cai 11,54%
- Com a crescente demanda dos investidores por empresas ESG, mais companhias vão desejar compor o índice, pegando carona para se valorizarem
Na bolsa de valores brasileira, 36 ações de 30 empresas com as melhores performances sob o aspecto ESG (Environmental, Social and Governance) compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Criada em 2005, a carteira teórica de 2020 engloba 37,62% (R$ 1,64 trilhão) do valor total do mercado acionário do Brasil, segundo dados da B3. Em português, a sigla ESG é representada por ASG (Ambiental, Social e Governança Corporativa).
Leia também
O ISE é apenas um entre os 23 índices que compõem o mercado de capitais nacional. Para fazer parte da carteira, a empresa precisa cumprir uma série de requisitos da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa.
Além disso, as companhias são aprovadas pelo Conselho Deliberativo do ISE (CISE), que tem como missão garantir um processo transparente de construção do índice e de seleção das empresas. O órgão é composto por 11 instituições que na prática escolhem as integrantes do índice dentre uma extensa lista de empresas elegíveis.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Atualmente, 27 papéis que compõem o ISE também fazem parte do Ibovespa, o principal índice da B3. Até às 11h40 desta quarta-feira (26), o ISE tem alta agregada baixa anual de 6,06%, aos 3.889,56 pontos. Já o IBOV cai 12,05% em 2020.
Confira as ações que compõem o ISE
Empresa | Cotação | Variação no ano |
Banco do Brasil (BBAS3)* | R$ 33,45 | -35,17% |
Bradesco (BBDC3)* | R$ 19,72 | -35,95% |
Bradesco (BBDC4)* | R$ 21,28 | -34,90% |
BR Distribuidora (BRDT3)* | R$ 22,30 | -25,84% |
BRF (BRFS3)* | R$ 20,38 | -42,10% |
Braskem (BRKM5)* | R$ 24,28 | -18,66% |
B2W (BTOW3)* | R$ 114,91 | 82,80% |
CCR (CCRO3)* | R$ 13,50 | -27,18% |
Cielo (CIEL3) | R$ 5,03 | -39,69% |
Cemig (CMIG3) | R$ 11,00 | -29,44% |
CemigCMIG4 | R$ 10,80 | -21,68% |
Copel (CPLE3) | R$ 63,22 | -8,51% |
Copel (CPLE6) | R$ 63,51 | -8,05% |
Duratex (DTEX3) | R$ 15,90 | -4,90% |
Ecorrodovias (ECOR3)* | R$ 13,52 | -17,06% |
Engie (EGIE3) | R$ 42,75 | -15,85% |
Eletrobras (ELET3)* | R$ 37,42 | 3,11% |
Eletrobras (ELET6)* | R$ 37,55 | 2,62% |
Energias (ENBR3)* | R$ 17,66 | -17,90% |
Fleury (FLRY3)* | R$ 24,99 | -16,14% |
Itaúsa (ITSA4)* | R$ 9,84 | -27,49% |
Itaú Unbanco (ITUB3) | R$ 23,37 | -24,47% |
Itaú Unibanco (ITUB4)* | R$ 24,52 | -31,79% |
Klabin (KLBN11)* | R$ 26,58 | 44,54% |
Lojas Americanas (LAME3) | R$ 27,98 | 42,10% |
Lojas Americanas (LAME4)* | R$ 32,82 | 26,72% |
Light (LIGT3) | R$ 16,13 | -32,11% |
Lojas Renner (LREN3)* | R$ 42,12 | -24,77% |
Movida (MOVI3) | R$ 16,98 | -10,68% |
MRV (MRVE3)* | R$ 19,14 | -11,18% |
Natura (NTCO3)* | R$ 50,50 | 30,59% |
Santander (SANB11)* | R$ 29,25 | -37,92% |
AES Tiete (TIET11) | R$ 15,05 | -2,78% |
TIM (TIMP3)* | R$ 14,77 | -5,26% |
Telefônica Brasil (VIVT4)* | R$ 49,65 | -9,45% |
WEG (WEGE3)* | R$ 66,75 | 93,53% |
Fonte: Estadão/Broadcast *Ação compõe o Ibovespa
ISE deve conquistar relevância no mercado
Apesar de ser considerado um índice pequeno dentro da B3, o ISE deve ganhar destaque dentro da bolsa nos próximos meses e anos, segundo especialistas consultados pelo E-Investidor. “A onda por investimentos ESG é global. Lá fora já se consolidou e aqui vai seguir a mesma tendência”, diz Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos.
Com isso, cada vez mais os investidores irão buscar empresas com boas práticas no assunto e o índice ganhará cada vez mais importância. “Ele será o Ibovespa das companhias com os melhores ESG”, afirma Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.
Portanto, conforme a demanda dos investidores por empresas ESG for crescendo, o ISE tende a elevar sua relevância dentro da B3. “Ele traduz para o investidor as empresas com os menores riscos ambientais, sociais e de governança corporativa”, comenta Franchini.
“Sua importância ainda é muito embrionária, mas a tendência é ganhar notoriedade na B3”, comenta Carvalho, da Toro, salientando que a empresa pertencer ou não ao ISE vai se tornar um critério relevante de tomada de decisão do investidor em um futuro próximo.
Empresas vão querer estar dentro do ISE
Com a crescente demanda dos investidores por empresas ESG, mais companhias vão desejar compor o índice, pegando carona para se valorizarem. “As empresas estão percebendo que, além de bom para a imagem, o ESG também é positivo financeiramente”, diz Franchini, da Monte Bravo.
Carvalho lembra que muitas gestoras internacionais já moldaram sua análise para levar em conta a pauta ESG. Deste modo, a tendência é que o ISE vai ganhe mais peso na avaliação tanto dos grande como dos pequenos investidores. E as companhias estão percebendo este movimento.
Publicidade
“Vai valer cada vez mais a pena a empresa fazer esforços para estar dentro do índice, principalmente para ficar mais atrativa aos investidores internacionais que fazem grandes aportes”, comenta o analista da Toro.
Ou seja, um fator puxa o outro e o ISE tende a ganhar relevância conforme o interesse no índice aumente. “É uma direção que não tem volta”, afirma Franchini.