O Itaú BBA possui recomendação de compra para os papéis do Nubank, que negociam com o ticker “NU” na Bolsa de Nova York (NYSE), mas podem ser encontrados sob o código “ROXO34” na B3.
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A projeção do banco é de que as ações do roxinho atinjam US$ 9,7, ou seja, um ganho de mais de 30% em relação à cotação atual, de US$ 7,34.
Em relatório divulgado na última quinta-feira, o BBA responde as “7 principais perguntas” sobre a tese e explica o porquê de seguir otimista com a fintech de David Vélez e Cristina Junqueira.
1 – Crescimento da carteira de crédito
Para o Itaú BBA, a carteira de crédito do Nubank vai acelerar nos próximos trimestres. O total de empréstimos pessoais, que foi de R$ 7 bilhões no 2º trimestre deste ano, deve atingir R$ 9 bilhões no 3º trimestre e pode chegar a R$ 10 bilhões no começo de 2024 – representando aproximadamente 20% da originação de crédito nacional.
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Estas projeções estão baseados em dados como o aumento do número de clientes da fintech e dos tíquetes médios.
2 – Visão positiva para cartões
Atualmente, o Nubank detém 11% de participação de mercado no saldo nacional referente a cartões de crédito. E o BBA espera que a expansão desta fatia ocorra via aumento dos tíquetes médios (valor médio detido por cada cliente), em vez de emissão de novos cartões.
“Vemos espaço para que a receita de juros com cartões continue a aumentar. A parcela de cartões de crédito com juros no Brasil passou de 14% no 2º trimestre de 2022 para 26% atualmente”, afirma o Itaú BBA.
Por trás da disparada destas receitas, segundo a casa, estão as inovações promovidas pelo Nubank nos produtos, como a criação do pix no cartão de crédito.
3 – Inadimplência estável
O Itaú reconhece que o pico da inadimplência do Nubank, medida pelo indicador “NPL”, de empréstimos não pagos, deve demorar mais que a média das instituições para ser atingido. A expectativa é de que a indústria de cartões, no geral, atinja o pico da inadimplência até o final deste ano. Já o roxinho deve ver isso ocorrer somente no ano que vem.
Entretanto, ao contrário dos demais players do setor, a fintech nunca desacelerou o crédito e mesmo assim demonstrou certa estabilidade nos indicadores de inadimplência nos últimos trimestres.
4 – Rendimento com consignados
O Nubank atua no mercado de consignado para servidores públicos, e apesar de cobrar uma taxa mais baixa que a média (1,4%, ante 1,8% de outros players financeiros), o Itaú BBA estima que a rentabilidade do banco com o produto seja tão elevada ou melhor que a dos concorrentes.
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Atualmente, a fintech possui uma fatia de 10% desse segmento de crédito, avaliado em R$ 610 bilhões.
5 – Limite no rotativo impacta menos
No início de setembro, o projeto de lei que limita os juros do rotativo do cartão de crédito foi aprovado na Câmara.
Para o banco de investimentos, não será fácil para o setor financeiro encontrar uma solução para que as tarifas — que podem ultrapassar o patamar de 400% ao ano — sejam reduzidas sem grandes prejuízos à concessão de crédito.
Entretanto, o Nubank possui vantagens nesta discussão, já que possui participação do rotativo nas receitas é de cerca de 8%, menor do que a média da indústria, cujo impacto está em 15%.
6 – Caça aos clientes de alta renda
Hoje, o Nubank possui mais de 80 milhões de clientes no Brasil, o equivalente a cerca de 50% da população adulta.
Entretanto, este público está concentrado nas faixas de renda mais baixas. Por isso, o BBA aponta que o principal empecilho para que a fintech atinja a fatia da população com renda superior é a falta de limites do cartão.
“A empresa está bem ciente dessa lacuna, além de outros produtos de serviços necessários para engajar clientes de renda mais alta”, afirma o Itaú BBA, no relatório.
7 – De olho nos números
No 3º trimestre deste ano, o banco de investimentos espera que a fintech registre US$ 270 milhões em lucros e uma rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) de 20%.
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Já para o ano que vem, a perspectiva do BBA é de que o lucro suba para US$ 2,1 bilhões, com um ROE de 33% – isto é, 30% acima do consenso de mercado. A carteira de crédito, por sua vez, deve crescer 35% em 2024, catapultando a receita com juros para 64%.