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Chegou a vez dos bancos digitais? Veja como está a disputa no mercado

Temporada de balanços faz BTG ultrapassar Santander no ranking de bancos; especialistas veem espaço para mais

Chegou a vez dos bancos digitais? Veja como está a disputa no mercado
(Foto: Divulgação/BTG Pactual)
  • A temporada de divulgação dos resultados financeiros referentes ao quarto trimestre de 2023 está a todo vapor no mercado brasileiro
  • A ascensão dos resultados dos “neobanks” chama atenção no setor de bancos, com destaques para BTG e Inter
  • Especialistas veem as instituições já consolidadas; concorrência dos "bancões" deve ser mais pesada para frente

A temporada de divulgação dos resultados financeiros referentes ao quarto trimestre de 2023 está a todo vapor no mercado brasileiro. Entre os dias 31 de janeiro e 08 de fevereiro, os “bancões” dominaram a pauta entre resultados expressivos e surpresas negativas. Mas um outro ponto também foi destaque: a ascensão dos resultados dos “neobanks”.

Se antes o setor financeiro do País era dominado sobretudo por quatro nomes – Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBAS3) –, e as fintechs ainda atraiam desconfiança, a temporada de balanços 4T23 veio para mostrar que outros nomes também já estão consolidados.

Leia também: Vélez tinha razão? Reviravolta do Nubank (ROXO34) na bolsa inicia nova era

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Dados levantados por Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria, mostram que é a primeira vez que a hierarquia entre os bancos tradicionais dá espaço a um banco digital. Com os resultados de 2023, o BTG Pactual (BPAC11) ultrapassou o Santander e agora é a quarta maior instituição financeira do País em lucratividade.

“Há algum tempo, ouvíamos falar que os grandes bancos iriam ‘engolir’ os digitais; e estamos vendo o contrário”, destaca Alex Carvalho, analista CNPI da CM Capital. “A disputa por espaço no mercado está muito acirrada à medida que as pessoas estão deixando a desconfiança de lado e migrando para essas instituições, que muitas vezes têm uma maneira mais fácil de trabalhar. Por isso vemos um número de contas cada vez maior e os números também cada vez melhores.”

Para Ronaldo Cerqueira, sócio-diretor da Eu Me Banco, a temporada de balanços consolida um movimento que vem acontecendo na última década, desde o surgimento e popularização dos bancos digitais. “Com toda certeza ainda veremos mudanças significativas nesse ranking dos principais players, tanto em relação aos bancos digitais quanto às corretoras, que também abriram leque de atuação além do que era tradicionalmente visto antes com o XP e o BTG.”

BTG e Inter se destacam

Em 2023, os 4 principais bancos tradicionais lucraram, juntos, R$ 96,9 bilhões. Os destaques positivos foram Itaú e Banco do Brasil, enquanto os números de Bradesco e Santander acenderam um sinal amarelo no mercado. Por outro lado, BTG e Inter (INBR32) também foram estrelas.

O BTG entregou no 4T23 um lucro líquido recorde de R$ 2,85 bilhões, com receitas de R$ 5,6 milhões e um índice de eficiência de 36,0%. Um último ponto que é especialmente especial nos números do banco, destaca Ronaldo Cerqueira, sócio-diretor da Eu Me Banco.

"É um exemplo de eficiência. O BTG entregou um resultado próximo ao Bradesco, com uma quantidade de profissionais dez vezes menor, ou seja, é um banco realmente muito assertivo", diz Cerqueira. "O resultado mostra de fato que ele tem muito o que crescer ainda."

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O resultado também foi lido positivamente pelo resto do mercado. No BB Investimentos, a avaliação é que os números do quatro trimestre "reforça a visão de que o BTG continua entregando resiliência perante múltiplos cenários", disse o analista Rafael Reis em relatório.

O banco, que vê a BPAC11 como uma das top picks para 2024, tem recomendação de compra para o papel com preço-alvo de R$ 38,20.

Outro desempenho que surpreendeu positivamente o mercado na temporada foi o do Inter&Co. A instituição financeira entregou um lucro líquido de R$ 160 milhões, um avanço trimestral de 53% que é "mais um importante passo no contexto da virada de chave para um banco em busca da rentabilidade ocorrida no primeiro semestre de 2023", destacou o BB.

O banco também tem recomendação de compra para a INBR32, com preço-alvo de R$ 27,50, mas destaca que, dado ao valuation "altamente esticado" é uma tese de maior risco.

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