- Das 671 BDRs disponíveis para brasileiros, 21 são de empresas chinesas;
- Segundo especialista, considerando todas restrições, melhor maneira para se investir no país asiático são os fundos de investimentos.
Investir no mercado chinês pode parecer complicado em um primeiro momento. Mas aos brasileiros é possível diversificar no gigante asiático, dono de um mercado de ações com enorme potencial. Embora as opções de investimentos sejam poucas, os brasileiros que desejam investir na China possuem duas alternativas. A primeira delas são os fundos de investimentos temáticos. Já a segunda opção são as BDRs (Brazilian Depositary Receipts), certificados de ações emitidos por outros países, mas negociados no Brasil.
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Para os investidores brasileiros que desejam investir por meio das BDRs: das 671 opções disponíveis, apenas 21 vêm da China. As mais famosas são:
- Alibaba (BABA34) – Empresa de comércio eletrônico;
- Baidu (BIDU34) – Motor de busca, espécie de Google chinês;
- Netease (NETE34) – Empresa de tecnologia e jogos;
- China Mobile LTD (C1HL34) – Estatal de telecomunicações especializada em telefonia celular;
- China Petroleum & Chemical CORP (C1HI34) – Indústria química e de petróleo.
Álvaro Marangoni, sócio analista da Quadrante Investimentos, explica que o mercado chinês é extremamente limitado, apesar dos altos valores negociados diariamente. “Apenas 5,4% dos investimentos são de investidores estrangeiros”, conta.
Há ainda 17 outras empresas chinesas em setores que vão de educação a hotelaria. As BDRs, porém, não são as únicas opções. “Considerando todas as restrições, a dificuldade de abrir conta e o fato que você precisa ser investidor qualificado para operar no mercado chinês, a melhor maneira de investir na China é por meio dos fundos de investimentos nas plataformas de operação”, explica Marangoni.
Panorama do mercado
Apesar da crise provocada pela covid-19 no país, que teve a cidade de Wuhan como epicentro inicial da pandemia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou um crescimento de 1,9% para o PIB chinês este ano. A China será a única economia do mundo a apresentar um avanço no Produto Interno Bruto em 2020.
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A China conta com três bolsas de valores: duas na região continental Shanghai Shenzhen e uma na ilha de Hong Kong. Juntas, somam valor de mercado que supera os US$ 30 trilhões.
Dois dos três principais índices já operam em alta este ano. O Shanghai Composite Index, por exemplo, subiu mais de 16% ao longo de 2020 e já supera os níveis pré-crise.
Para o sócio-analista da Quadrante, há dois grandes desafios na hora de investir. “O primeiro é entender um mercado que fica tão distante. O segundo é a falta de produtos no mercado local. Para quem possui contas no exterior, as opções são maiores”, diz.
Veja abaixo em tópicos o que você deve fazer para investir neste mercado.
Passo a passo
Com base nas orientações de Álvaro Marangoni, montamos este roteiro para quem se interessa em aplicar na China por meio dos fundos de investimento.
- O primeiro passo é pesquisar quais fundos estão investindo no país. Você terá algumas opções, mas o ideal é procurar por fundos e gestores que acredita serem os melhores antes de abrir a sua conta. Outro ponto de atenção são as características desse fundo, como aplicação mínima, taxa de administração e de performance;
- O próximo passo é escolher onde aplicar. O fundo Trend Bolsa Chinesa FIM*, da XP Investimentos, por exemplo, possui aplicação mínima de R$ 100 e taxa de administração de 0,50% ao ano;
- Com o fundo escolhido, é hora de abrir a sua conta na corretora, que neste caso é a própria XP Investimentos. Deixe os documentos necessários, como RG, CPF, CNH e comprovante de endereço já preparados;
- Com a conta aberta, defina o valor da aplicação e transfira este montante para corretora que o administra;
- Por último, é hora de aportar. Por meio da plataforma de investimentos, procure pelo fundo pesquisado, leia as informações da ficha técnica para não ter nenhuma surpresa, selecione o valor desejado e confirme;
- Pronto, agora você é um investidor internacional!
Apesar de serem relativamente fáceis de operar, os fundos de investimentos têm um ponto negativo: a oferta. “São poucas as opções de fundo. Cada plataforma tem um ou dois, então nós não conseguimos entender e diversificar as estratégias de exposição”, diz o especialista.
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Na opinião de Marangoni, há uma explicação para o baixo número de investidores estrangeiros na China: a política dos órgãos reguladores chineses. “Ela reflete a vontade do governo em manter a exposição estrangeira a uma fração mínima e cultivar o mercado local para os locais”, afirma.