- Com a retração da economia, cerca de 41% da população viu as condições financeiras se degradarem em 2020
- No período, a renda de 39% diminuiu em função de demissões. Mesmo com menos dinheiro, os gastos aumentaram para 46% dos respondentes
- O resultado desse cenário não poderia ser outro. Endividados, 26% foram negativados em um sistema de proteção de crédito entre abril de 2020 e abril de 2021
A crise do coronavírus impactou o bolso dos brasileiros com força. Com a retração econômica provocada pela pandemia, cerca de 41% da população viu as condições financeiras se degradarem em 2020. Essa foi a conclusão da pesquisa ‘Saúde Financeira do Brasileiro’, feita pela Onze, fintech de previdência privada e saúde financeira, com 4,9 mil pessoas.
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No período, a renda de 39% dos participantes diminuiu em função da demissão do próprio entrevistado ou de familiares. Mesmo com menos dinheiro, os gastos aumentaram para 46% dos respondentes. Para contornarem a situação, 24% optaram pelo parcelamento dos débitos, outros 22% ainda não conseguiram quitar as dívidas.
O resultado desse cenário não poderia ser outro. Endividados, 26% foram negativados em um sistema de proteção de crédito entre abril de 2020 e abril de 2021. Desses, apenas 6% conseguiram limpar o nome. As consequências psicológicas do acúmulo de contas e diminuição da renda também já são sentidas pela população.
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Segundo a Onze, 81% dos entrevistados relataram estar mais estressados no último ano e 19% buscaram ajuda psicológica para lidar com as preocupações geradas pela situação financeira.
Entre os assalariados, o trabalho também foi uma fonte de estresse no período, uma vez que 69% dos entrevistados não recebem assistência de suas empresas para enfrentar este período atípico e outros 39% sofreram redução de salário.
Sem reserva de emergência
O estudo da Onze vai de encontro com os dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) em julho do ano passado. De acordo com a instituição, 62% da população brasileira entrou na crise do coronavírus sem nenhum tipo de reserva financeira.
“Muitas famílias tiveram sua renda comprometida por conta da pandemia, seja pelo desemprego, corte salarial ou queda brusca de receita. Aquelas que tiveram queda de renda, e não tinham dívidas nem investimentos, estão tendo que rever gastos domésticos para continuar no azul. Já as que, além de terem a renda comprometida ainda precisam honrar dívidas, têm de fazer um esforço adicional para não se verem ainda mais enroladas financeiramente.”, comentou Ana Leoni, superintendente de Educação e Informações Técnicas da ANBIMA, em comunicado enviado pela instituição no ano passado.
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