O que este conteúdo fez por você?
- Dólar voltou a subir e alcança seu maior valor nominal desde 15 de maio, cotado a R$ 5,76
- Moeda americana subiu 1,39% nesta quarta-feira (28) pela preocupação com a segunda onda da covid-19
- Segundo especialistas, o movimento também se deve pela aversão global ao risco devido às eleições americanas e a não aprovação do pacote de estímulos à economia por lá, além de questões internas do Brasil
O dólar retomou o movimento de alta e encerrou a quarta-feira (28) com valorização de 1,39%, a R$ 5,76. A máxima da sessão chegou a R$ 5,83, mas o Banco Central interveio no mercado de câmbio, com leilão de moeda à vista, e diminuiu a alta da moeda americana. Nesta quinta-feira (29), até às 11h59, a moeda tem leve alta de 0,17%, a R$ 5,77.
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O enfraquecimento do real acontece em meio à aversão ao risco global, que tem prejudicado principalmente os países emergentes, como o Brasil. “É uma tendência clássica de investidores desfazendo suas posições onde o risco é maior”, diz Fabrizio Velloni, economista chefe da Frente Corretora.
Entre os fatores que fazem o real se depreciar na semana estão o aumento de casos de covid-19 na Europa e nos EUA, as eleições americanas e a não aprovação do pacote de estímulos à economia por lá. Vale ressaltar que nesta quarta (28), Alemanha e a França adotaram novamente severas medidas de restrições para evitar a segunda onda da doença.
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Para os especialistas consultados pelo E-Investidor, o mercado está mais pessimista com a piora das projeções de crescimento da economia mundial. E as novas incertezas afastam os investidores de países onde o risco retorno não é favorável.
Além disso, o Brasil também possui problemas internos que ajudam a alavancar a alta do dólar. Como exemplo disso, Álvaro Marangoni, sócio na Quadrante Investimentos, cita os discordâncias recentes entre Paulo Guedes, ministro da Economia, e Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, com a agenda de reformas travada.
Com isso, volta a crescer a dúvida do mercado em relação a questão fiscal, o que aumenta ainda mais o risco do Brasil, impulsiona a saída do investidor estrangeiro e, consequentemente, faz a moeda americana subir mais que seus pares emergentes. “Qualquer questionamento na questão fiscal desvaloriza o real”, afirma Marangoni.
Ainda, a Selic mantida novamente a 2% ao ano, assim como a perspectiva de manutenção da taxa neste patamar, reduz a atratividade do país, afastando o capital e depreciando o real.
O que esperar do dólar daqui para frente?
Segundo os especialistas, enquanto as incertezas em relação a segunda onda da covid-19 e a questão fiscal do País ainda forem grandes, a moeda americana deve continuar em patamares mais elevados.
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Então, para que o real volte a ganhar força, tanto o cenário global como o interno precisam indicar um futuro mais positivo para a economia. “Não precisa nem ser realidade, só tendo uma melhor perspectiva o mercado já reage bem”, diz Velloni.
Como isso impacta seus investimentos?
Segundo os especialistas, a alta do dólar não deve intervir na composição da carteira dos investidores e a indicação é continuar apostando na diversificação. Como já passamos por um período de forte valorização, pode ser que o momento de apostar em produtos atrelados ao ativo tenha ficado para trás.
Para o investidor mais arrojado, que ainda tem o interesse em aproveitar da alta da moeda, há diversas aplicações disponíveis. Entre elas estão os fundos cambiais, os Exchange Traded Funds (ETFs), os Certificados de Operações Estruturadas (COE) e os Brazilian Depositary Receipts (BDRs).
Em todos os casos, as aplicações são afetadas pela flutuação da moeda. Então, cabe ao investidor ter consciência sobre os riscos e saber a decisão se está de fato de acordo com sua estratégia e seu objetivo. “O cenário requer cautela e diversificação”, afirma Marangoni, da Quadrante.